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18/Dec/2024

BC: intervenções cambiais para garantir a liquidez

A injeção de US$ 12,760 bilhões feita pelo Banco Central no mercado de câmbio desde o dia 12 de dezembro, por meio de sete leilões à vista ou com compromisso de recompra (leilão de linha), é a maior para um único mês desde março de 2020. Naquele mês, durante a chegada da pandemia de Covid-19 ao Brasil, a autoridade monetária injetou US$ 23,354 bilhões no mercado através de leilões desses tipos. As intervenções feitas desde a última quinta-feira (12/12) ocorrem em paralelo ao fortalecimento do dólar, que tem operado consistentemente acima da linha de R$ 6,00 desde que o governo anunciou um pacote de ajuste fiscal considerado insuficiente pelo mercado. Além disso, o dólar tem avançado em relação a moeda de países vendedores de commodities.

Nesta terça-feira (17/12), a moeda norte-americana chegou a subir até R$ 6,20, na máxima intradiária da história. O Banco Central tem mapeado diariamente com os dealers de câmbio a previsão de saída de dólares do País. Os leilões pontuais têm servido para garantir a liquidez, oferecendo moeda conforme a demanda, diante de um fluxo de saída significativo. Todo mês de dezembro, há uma espécie de bolha de remessas, inclusive intercompanhias, além do fechamento do caixa de exportadoras para balanço anual. As intervenções de dezembro ocorrem após o Banco Central ter passado quase dois anos sem interferir no câmbio. Entre janeiro de 2023 e novembro deste ano, a autoridade monetária realizou apenas cinco leilões de dólares à vista ou de linha, totalizando US$ 7,50 bilhões, pouco mais da metade do que foi injetado no mercado cambial nos últimos cinco dias.

Apesar do volume mais elevado em relação aos anos anteriores, para alguns agentes de mercado, o Banco Central tem sido “conservador” em sua atuação no câmbio. A autoridade monetária, por sua vez, precisa fazer as intervenções com parcimônia para identificar o que é realmente demanda e o que pode ser especulação em cima da moeda. O próprio diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, já brincou com o fato de interferir pouco no mercado cambial: “No ano de 2023, foi o primeiro ano que a gente não fez nenhuma intervenção extraordinária no final do ano. Aí eu passei a ser acusado de ser mão fraca, 'ele não intervém, ele deixa correr.' Então, essas coisas às vezes oscilam muito", disse, em outubro, durante sabatina com senadores para se tornar o presidente da instituição no ano que vem. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.