18/Dec/2024

Cerca de cinco mil agricultores e pecuaristas espanhóis se reuniram na segunda-feira (16/12) em frente ao Ministério da Agricultura, Pesca e Alimentação da Espanha, em Madri, para protestar contra o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul. Convocada pela Associação Agrária de Jovens Agricultores (Asaja) e pela Coordenação de Organizações de Agricultores e Pecuaristas (Coag), a manifestação reflete o descontentamento do setor com a competição que deve se intensificar com a entrada de produtos agrícolas sul-americanos no mercado europeu. Os protestos contaram com faixas e cartazes carregando mensagens de impacto, como “RIP” (em referência à “morte da agricultura europeia”).

Um dos cartazes trazia o rosto da presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, apelidada de “Cruela DeVil do campo”. As negociações entre os blocos foram concluídas em 6 de dezembro, mas os textos finais ainda estão sendo debatidos. Segundo os manifestantes, os agricultores europeus enfrentam uma concorrência desleal devido às importações de produtos agrícolas sul-americanos, que têm preços inferiores aos custos de produção europeus e não seguem as mesmas rigorosas normas ambientais e sanitárias exigidas pela União Europeia.

As importações com preços abaixo dos custos de produção europeus e sem cumprir regulamentações causam perdas insustentáveis e o fechamento de operações agrícolas, afirmaram Asaja e Coag em comunicado conjunto. Os protestos contra o acordo Mercosul-UE têm ganhado força desde o início de 2023. Asaja e Coag mobilizaram 80 ônibus de diferentes regiões da Espanha para participar da manifestação. As entidades prometem continuar pressionando contra o avanço do acordo, destacando que o setor agropecuário europeu está “ameaçado” pela proliferação de acordos de livre comércio. Fonte: CNN. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.