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17/Dec/2024

Apostas Online: uso de benefícios sociais em bets

A Advocacia-Geral da União (AGU) disse ao Supremo Tribunal Federal (STF) que há "barreiras de ordem prática de difícil superação" para impedir o uso de benefícios sociais em apostas esportivas online (as chamadas bets). Em novembro, o ministro Luiz Fux determinou que o governo tome medidas para proibir que recursos do Bolsa Família, Benefício de Prestação Continuada (BPC) e outros programas sociais sejam direcionados ao pagamento dessa modalidade de apostas. A decisão foi confirmada por unanimidade pelo plenário. A AGU lista notas técnicas de ministérios e órgãos que apontam dificuldades operacionais para o cumprimento da decisão.

O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, por exemplo, afirmou que não há como distinguir, em cada conta, quais recursos são provenientes dos benefícios e quais vêm de outras fontes. O Banco Central afirmou que é possível vetar o uso de cartões de débito para pagar as bets, mas ponderou que a medida teria eficácia limitada porque as apostas poderiam ser realizadas por outros meios, como cartões pré-pagos e Pix. A AGU também pediu que a Corte esclareça quais programas sociais são alcançados pela decisão e se os Estados autorizados a explorar as bets também são obrigados a cumprir a decisão.

Além dos diversos programas de benefícios sociais existentes na esfera federal, que não foram exaustivamente especificados no julgado, há também inúmeros benefícios estaduais, não sendo possível depreender da decisão em exame se esses também devem ser incluídos no impedimento de utilização de seus recursos para a realização de apostas de cota fixa. A liminar de Fux foi deferida no âmbito de ações da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), do partido Solidariedade e da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra a Lei das Bets, que regulamenta a atividade no País. Antes de proferir a liminar, o ministro conduziu audiências públicas para ouvir especialistas sobre o tema. O governo prevê arrecadar até R$ 10 bilhões com impostos cobrados das empresas de apostas no próximo ano. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.