16/Dec/2024
Donald Trump passou boa parte de sua vitoriosa campanha à presidência dos Estados Unidos fazendo algumas ameaças. A deportação de milhões de imigrantes, pode ter sido a mais barulhenta, mas a que mais preocupa parceiros comerciais e desafetos ao redor do mundo é a promessa de usar tarifas de importação como instrumento de pressão. Durante a campanha, o republicano prometeu impor uma tarifa mínima de 60% sobre produtos chineses e 10% a 20% para outros países. Segundo a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), não será uma crise, mas uma turbulência.
Com déficits que se acumulam desde o ano 2000, quando os Estados Unidos trocaram a compra de manufaturados brasileiros por commodities, entre janeiro e outubro deste ano o Brasil exportou US$ 32,9 bilhões para os norte-americanos. Apesar do crescimento de 9,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, o País importou muito mais, US$34,3 bilhões e a saga dos déficits consecutivos continua. A tendência é que a diferença em favor dos Estados Unidos seja até maior, caso Donald Trump use a diplomacia da sobretaxa. Mas, enquanto alguns setores podem ser prejudicados em 2025, o agronegócio brasileiro pode ser uma exceção. Afinal, encarecer o preço da alimentação significa inflação e é pouco provável que Trump queira reeditar o ’fantasma’ que assombrou o governo Biden nos últimos anos.
Mesmo assim, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) não descarta a possibilidade de Trump colocar mais impostos e barreiras nos produtos brasileiros que são mais exportados para os Estados Unidos, tais como o café, suco de laranja e carne bovina. Brasil e Estados Unidos competem pelo mercado chinês com milho e soja Embora a China ainda não tenha se manifestado oficialmente sobre as ameaças, deixar de botar os produtos norte-americanos na geladeira não deixa de ser uma boa possibilidade, o que beneficiaria o agronegócio brasileiro, na opinião da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).
Qual será a política de Donald Trump para o mercado automobilístico ainda é uma grande incógnita e o Brasil pode ser afetado de forma indireta, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O México é o principal destino das exportações brasileiras, principalmente, veículos e autopeças. Caso haja alguma mudança na relação comercial entre México e Estados Unidos, vai impactar no volume das exportações brasileiras. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.