13/Dec/2024
A agropecuária é um dos segmentos que mais geram conhecimento no universo acadêmico nacional. Entre 2019 e 2023, pesquisadores que atuam no Brasil publicaram 65,9 mil artigos científicos sobre trabalhos que desenvolveram no campo das ciências agrárias, de acordo com a edição mais recente do relatório da editora Elsevier e da agência de notícias Bori, que todos os anos publicam levantamentos sobre o tema, com dados de diversos países. O volume é inferior ao de publicações sobre pesquisas na área de ciências médicas, que geraram pouco mais de 135 mil artigos nesse mesmo intervalo. Ainda assim, o número de trabalhos que têm correlação com o agro é certamente maior do que os 65,9 mil artigos sobre temas das ciências agrárias, já que o grupo mais numeroso é o de trabalhos sobre ciências da natureza, campo que estuda os seres vivos e suas interações com o meio ambiente.
Ao todo, os pesquisadores brasileiros publicaram 206,1 mil artigos sobre pesquisas na área de ciências da natureza entre 2019 e 2023. Considerados todos os temas, houve 376,2 mil artigos com autores no Brasil nesse período. O País está no grupo dos 53 que mais têm volume de produção científica. De 2013 a 2023, a produção de trabalhos com autores que estão no Brasil cresceu a uma taxa de 3,5% ao ano, o que colocou o País em 40º lugar nesse quesito. A produção nacional pode ter crescido nesse intervalo, mas, assim como ocorreu na maioria dos países, o volume de publicações caiu nos dois últimos anos. O decréscimo foi consequência direta da pandemia de Covid-19, que limitou o trabalho dos pesquisadores em todo o mundo e que, em muitos casos, levou a cortes de orçamento para as pesquisas.
Em 2023, 11,4 mil artigos sobre ciências agrárias tiveram autores no Brasil, um número 6% menor do que o do ano anterior. O volume total, considerados todos os campos de pesquisa, caiu 7,2% entre 2022 e 2023, para 69,6 mil. Apesar da queda, o Brasil permaneceu, em 2023, em 14 lugar no mundo em termos de produção científica. No universo dos artigos com autores no País, o campo que teve a maior retração no ano passado foi o de ciências médicas, em que o declínio foi de 10%. Para além dos desdobramentos da pandemia, os cientistas brasileiros sofreram ainda com os cortes de orçamento que ocorreram nos anos anteriores. Os investimentos do governo federal em pesquisa e desenvolvimento têm caído desde 2013, e, no caso dos governos estaduais, desde 2015. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.