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12/Dec/2024

Dólar abaixo de R$ 6 pela primeira vez em dezembro

O dólar fechou em baixa ante o Real pela segunda sessão consecutiva nesta quarta-feira (11/12), com investidores digerindo um noticiário positivo para mercados emergentes no exterior e realizando ajustes diante dos patamares historicamente altos da moeda norte-americana. O dólar encerrou em queda de 1,47%, cotado a R$ 5,95. Esta foi a primeira vez que a moeda norte-americana fechou abaixo de R$ 6,00 neste mês. A moeda norte-americana, apesar de subir frente a pares fortes, perdia contra a maioria das moedas de países emergentes, com investidores exibindo apetite por risco devido à alta em preços de commodities, às expectativas de novos estímulos econômicos na China e aos dados de inflação dos Estados Unidos. Os preços do petróleo, mercadoria importante na pauta exportadora brasileira, avançavam nesta sessão em meio a preocupações com a oferta da commodity após a União Europeia chegar a um acordo para impor novas sanções contra o petróleo da Rússia.

Os mercados também demonstravam expectativa com o anúncio de medidas de estímulo econômico na China, enquanto autoridades chinesas se preparam para uma importante reunião nesta semana em que se espera o detalhamento das políticas a serem adotadas. A China é o maior importador de matérias primas do planeta. Outro auxílio vinha da maior economia do mundo. O governo norte-americano informou que os preços ao consumidor do país registraram alta de 0,3% na base mensal em novembro, acima do avanço de 0,2% do mês anterior, mas em linha com o esperado por economistas. O ganho anual foi de 2,7%. Apesar de o resultado demonstrar uma estagnação no processo de desinflação dos Estados Unidos na direção da meta de 2%, a falta de surpresas forneceu maior certeza aos mercados de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deve reduzir os juros novamente na reunião da próxima semana.

Segundo a One Investimentos, o CPI (índice de inflação ao consumidor) veio em linha com o esperado. Esse é um dado muito sensível. Vindo como esperado, não muda muito quais eram as expectativas. Operadores colocam agora 97% de chance de um corte de 25 pontos-base nos juros pelo Fed em 18 de dezembro, de 85% antes dos dados. A redução dos juros nos Estados Unidos tende a levar recursos de investidores estrangeiros para outros mercados, à medida que o dólar se torna menos atrativo devido à queda nos rendimentos dos Treasuries. Com isso, além de perder para o Real, o dólar recuava ante o rand sul-africano, o peso colombiano e o peso mexicano. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,30%, a 106,670. Chamou a atenção um movimento de "correção" nesta sessão diante dos patamares recordes da moeda norte-americana. Na segunda-feira (09/12), o dólar fechou em R$ 6,08, maior valor nominal de fechamento da história.

O dólar atingiu a mínima da sessão, a R$ 5,95 (-1,48%). A máxima foi de R$ 6,07 (+0,40%). Na cena nacional, o mercado também está focado na última decisão de juros do Copom no ano. A aceleração do ritmo de aperto monetário pelos membros da autarquia, após a alta de 0,5% em novembro, está completamente precificada pelo mercado, com operadores se dividindo entre um aumento de 0,75% e 1% da Selic, atualmente em 11,25% ao ano. Agentes financeiros vêm elevando as projeções para o ritmo de aperto em meio a sinais recentes de crescente desancoragem das expectativas de inflação, além de dados que têm mostrado uma atividade econômica superaquecida no Brasil. O Brasil registrou fluxo cambial total negativo de US$ 2,64 bilhões em dezembro até dia 6, em movimento puxado pela via financeira, informou o Banco Central. O Banco Central vendeu todos os 15.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão para rolagem do vencimento de 2 de janeiro de 2025. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.