11/Dec/2024
O Banco do Brasil prepara para 2025 uma mudança no Estilo, segmento do banco voltado aos clientes de alta renda, e espera adicionar 2 milhões de clientes ao que chama de segmentos gerenciados. O foco estará em dois públicos: o dos clientes com investimentos entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões em investimentos, que ficam logo abaixo do segmento private; e o dos produtores rurais de alta renda, o chamado Estilo Agro. A mudança tem como foco ampliar o relacionamento destes clientes com o BB, obtendo uma receita também maior. O BB estima que clientes gerenciados, ou seja, atendidos com uma assessoria mais próxima, geram 10 vezes mais receita que os não gerenciados. O banco começou em agosto um piloto do chamado Estilo High, focado nos clientes com investimentos entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões. Em Vitória (ES), Belo Horizonte (MG) e São Paulo (SP), 15 mil clientes foram classificados para o grupo, número que deve chegar a 140 mil no final do ano que vem.
Na alta renda voltada ao produtor rural, o número deve ficar próximo de 565 mil. O Estilo atende aos clientes com renda a partir de R$ 15 mil, ou R$ 200 mil em investimentos. A mudança vem após o conglomerado mudar a forma como separa os clientes entre os segmentos e principalmente dentro deles. Nessas duas décadas do Estilo, foi feita uma segmentação muito focada nas variáveis de valor da renda e investimento. Antes da pandemia, o banco começou a investir no que chama de segmentação multidimensional. Com o uso de dados, o BB avalia não apenas renda e patrimônio, mas também o momento de vida do cliente e seus padrões de comportamento. Ao cruzar todas as informações, chega a uma classificação que considera mais precisa que a anterior, e que balizou a criação dos novos subgrupos dentro do Estilo. Assim como os pares do setor privado, o banco também ampliará a estrutura de atendimento dedicada a este público. Com agências físicas em todas as capitais e escritórios especializados espalhados pelo País, o Estilo tem hoje cerca de 7.000 funcionários alocados, número que deve aumentar em 2025.
No Estilo Investidor, por exemplo, o contingente deve aumentar em 20%. O BB não revela quantos clientes tem no Estilo, ou qual o tamanho da carteira de crédito do segmento. De acordo com o banco, as operações para este público cresceram 20% nos últimos dois anos. A título de comparação, a carteira total para pessoas físicas no banco cresceu 16% no mesmo período. Com as mudanças, o BB espera manter clientes que já estão no banco, mas também trazer recursos ou clientes que estejam na base dos rivais. Muito da definição da estratégia vem de buscar também a principalidade no volume de recursos administrador, ou seja, querer capturar o que possivelmente o cliente tenha na concorrência. Por isso, além da revisão de critérios, o conglomerado revisou benefícios, em linha com um movimento de mercado. O movimento envolveu áreas como a de cartões, com benefícios em restaurantes conhecidos, e o patrocínio a turnês musicais.
No Estilo High, um dos focos será reforçar a gestão do patrimônio dos clientes, embora ainda não estejam no private. A atuação dos profissionais do banco que assistem esse cliente diariamente precisa ser muito bem delimitada, com um profissional que cuide mais do contexto transacional, e um especialista que entende seu perfil de investidor, de risco e o portfólio disponível. No agro, o atendimento também é especializado, e leva em conta um segundo fator: as conversas com os clientes estão atreladas ao ciclo de produção no campo. Ao mesmo tempo, o uso de plataformas digitais do banco por esses clientes tem avançado. No passado, a impressão era de que o cliente agro tinha menos maturidade digital, mas a indústria de máquinas agrícolas, por exemplo, exige do homem do campo uma conectividade. O banco toma carona nesse processo, e estimula os clientes do segmento a utilizarem as plataformas digitais. O Estilo Agro também avançará para regiões em que a fronteira agrícola tem avançado, como a Região Norte do País. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.