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10/Dec/2024

Mercosul-UE trará vantagens para os dois blocos

O Insper Agro Global avalia que o principal benefício do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia é o processo integrativo ao qual o pacto alça o Mercosul. Pelo fato de o Brasil não ter feito nenhum acordo comercial na década de 1990, o acordo ganha ainda maior relevância. É importante para o Mercosul ter um parceiro mais forte, como a União Europeia, que tem experiência integrativa com dezenas de acordos firmados. Como experiências integrativas avançadas da União Europeia pode-se citar a realização de dezenas de acordos firmados, a existência de uma moeda única no bloco e de uma tarifa comum. A Europa fez um processo de integração inteligente, ao mesmo tempo que selou acordos com quase todos os países da Costa Pacífica das Américas e com países da Ásia.

Isso vai pressionar o Mercosul a caminhar para uma disciplina maior e andar para tarifas mais livres. Para o Brasil, em si, a grande vantagem será conviver em um ambiente de um acordo "muito grande". Sob essa ótica, é muito importante o Brasil encarar de frente a integração dos blocos e em um momento oportuno em que a Europa está precisando de ‘países amigos’, devido à conjuntura geopolítica global. Nesse novo contexto geopolítico, seria mais difícil a Europa concluir, por exemplo, a Aliança Transatlântica com os Estados Unidos. Os Estados Unidos, com o governo Trump, vão abandonar ou dar menos importância para ajuda à Ucrânia. Para a Europa, é importante neste momento aproximações com outras regiões.

Para o Mercosul, o acordo dará uma espécie de "sobrevida" ao bloco comercial. Vários países do bloco não hesitam em falar que gostariam de fazer acordos sozinhos. Em relação aos benefícios para o agronegócio brasileiro, o acesso ao mercado europeu será controlado com cotas restritivas e tarifas. Além disso, o Brasil está sujeito a barreiras sanitárias, como o protocolo para carne suína e para salmonela, e à legislação ambiental europeia, que vão se sobrepor ao que for acordado. Sob a ótica da agropecuária, não há muito o que comemorar. As cotas acordadas entre os blocos preveem volumes equivalentes a somente 2% a 3% do consumo europeu. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.