09/Dec/2024
Grupos agrícolas da França se posicionaram contra o acordo entre União Europeia e Mercosul, acusando a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, de "traição aos agricultores europeus" ao validar o tratado entre os blocos. A Federação Nacional dos Sindicatos de Exploradores Agrícolas (Fnsea) e o Sindicato Jovens Agricultores, também afirmam que a agricultura do bloco europeu será sacrificada por produtos importados, provenientes de "práticas proibidas" na França e menos respeitosas com o meio ambiente, a saúde, o clima e os direitos sociais. “Esta validação não é apenas uma provocação para os agricultores europeus, que aplicam os mais altos padrões de produção do mundo, mas também um desprezo pela democracia, considerando que a quase totalidade dos nossos parlamentares franceses se manifestou contra este acordo", destacando também que outros países europeus além da França, como Polônia e Itália, se colocaram contra termos do acordo.
Além disso, eles acusaram Von der Leyen de ter mais interesse na indústria automotiva alemã do que nos desafios da soberania alimentar europeia ou da luta contra as mudanças climáticas. "Vamos utilizar todos os meios em nível europeu para que este acordo não seja ratificado, nem pelo Conselho, nem pelo Parlamento Europeu, nem pelos Parlamentos nacionais", finalizaram. A ministra do Comércio Exterior interina da França, Sophie Primas, afirmou que o país vai lutar "em todas as fases" do processo de aplicação do acordo União Europeia (UE)-Mercosul, indicando que o anúncio do acordo de Montevidéu não supõe a sua assinatura. Ela afirmou que o que foi feito na cúpula do Mercosul "não compromete os Estados-membros" da União Europeia. A ministra francesa apontou que agora o Conselho Europeu e depois o Parlamento Europeu têm de se pronunciar. "A França lutará em todas as fases ao lado dos Estados-membros que compartilham a sua visão", concluiu. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.