05/Dec/2024
O mercado de câmbio teve nesta quarta-feira (04/12) a segunda sessão seguida de relativo alívio no Brasil, com o dólar fechando em leve baixa, ainda que acima dos R$ 6,00, refletindo o recuo da moeda norte-americana ante outras divisas, enquanto o pacote fiscal do governo Lula seguia no foco dos investidores. O dólar fechou com queda de 0,26%, cotado a R$ 6,04, após ter atingido na segunda-feira (02/12) o maior valor nominal de encerramento da história, de R$ 6,06. No ano, a divisa dos Estados Unidos acumula elevação de 24,64%. No início da sessão, o dólar chegou a oscilar no território positivo, com o mercado à espera de novos dados sobre a economia norte-americana e de uma participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em evento em Brasília.
O dólar atingiu a cotação máxima de R$ 6,07 (+0,20%) no início da sessão. A perda de força do dólar no exterior e comentários de Haddad no fim da manhã, no entanto, favoreceram o recuo da moeda norte-americana no Brasil, ainda que contido. No exterior, dados da ADP mostraram que foram gerados 146.000 empregos no setor privado dos Estados Unidos em novembro, após avanço revisado para baixo de 184.000 em outubro. Economistas previam que o emprego privado aumentaria em 150.000 posições após um salto de 233.000 em outubro. O Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) informou que seu Índice de Gerentes de Compras (PMI) do setor não manufatureiro caiu para 52,1 no mês passado, depois de ter subido para 56,0 em outubro, nível mais alto desde agosto de 2022.
Economistas previam uma leitura de 55,5. A S&P Global informou que seu PMI de serviços atingiu 56,1% em novembro, ante preliminar de 57,0%. Na esteira dos dados, os rendimentos dos Treasuries perderam força, assim como o dólar ante diversas divisas no exterior. Haddad fez críticas à forma como parte do mercado financeiro recebeu o pacote fiscal lançado na semana passada e disse que as medidas anunciadas são suficientes para o momento, prevendo a aprovação no Congresso ainda este ano, sem descartar a possibilidade de mais ações se necessário. Neste cenário, o dólar marcou a mínima de R$ 6,02 (-0,70%).
No entanto, a desconfiança no pacote fiscal apresentado pelo governo limitava o recuo da moeda norte-americana. No mercado de DIs (Depósitos Interfinanceiros), esta desconfiança, somada à percepção de que a inflação segue pressionada, levou a curva a precificar 44% de chances de a taxa básica Selic subir 100 pontos-base este mês. Atualmente, a Selic está em 11,25% ao ano. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,02%, a 106,340. O Banco Central vendeu todos os 15.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão para rolagem do vencimento de 2 de janeiro de 2025. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.