05/Dec/2024
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) melhorou a sua projeção para o crescimento da economia brasileira neste ano. O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve ter alta de 3,2% em 2024, acima da estimativa anterior de aumento de 2,9%. Se confirmado, o número representaria uma aceleração na comparação com o ano anterior, quando o País cresceu 2,9%. No entanto, houve corte nas projeções para o próximo ano, com desaceleração da atividade até 2026. A OCDE estima que o PIB do Brasil cresça 2,3% em 2025, ante projeção anterior de 2,6%.
Para 2026, a estimativa é de crescimento de 1,9%. Garantir um crescimento econômico mais forte e sustentado deve exigir reformas estruturais amplas, em um cenário de pressões inflacionárias persistentes, aperto monetário pelo Banco Central do Brasil e desaceleração da demanda externa. A política fiscal expansionista tornará desafiador atingir a meta de déficit primário de no máximo 0,6% do PIB em 2024 e 2025, o que também deve ter reflexos sobre a atividade econômica. A OCDE vê uma desaceleração mais lenta da inflação no Brasil nos próximos anos, embora ainda em trajetória de queda para a meta.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve recuar para 4,5% e 4,2%, respectivamente, ante projeções anteriores de 4,4% e 4,0%. Para 2026, a previsão é de desaceleração maior, a 3,6%. Mas, existem riscos de alta para os preços brasileiros no período, incluindo de choques climáticos que afetem os preços de bebidas e alimentos e de fatores externos que impactem preços de energia. A inflação de serviços também pode se provar mais persistente, tendo em vista que o forte crescimento econômico e a depreciação do real podem ter efeitos mais fortes sobre os preços.
Este cenário pede um aperto monetário maior, elevando a taxa Selic para 11,75% até a primeira metade de 2025, antes que a desaceleração da inflação permita uma retomada da flexibilização monetária. A OCDE prevê que os juros podem voltar a cair no fim de 2025 e atingir nível de 9,5% em 2026. Contudo, expectativas de inflação desancoradas podem atrasar reduções nas taxas de juros, além de outros riscos, como incertezas sobre política fiscal, que pode pesar sobre investimentos e índices de confiança. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.