04/Dec/2024
A Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) prevê retração de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) da Agropecuária neste ano, ante crescimento de 16,3% em 2023. A estimativa é preliminar e deve ser revisada após os resultados trimestrais divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira. Diante das revisões com a queda acumulada de 3,5% no PIB da agropecuária até setembro, as estimativas da entidade serão ajustadas para baixo. O desempenho do PIB agro no quarto trimestre pode amenizar a queda no acumulado do ano, em virtude, principalmente, dos bons resultados esperados para proteínas. A maior produção de carnes nestes últimos três meses do ano, dado o aumento sazonal do consumo com as festas de fim de ano e o fortalecimento das exportações com dólar a R$ 6,00, tende a ser o principal fator positivo para limitar a retração do PIB do setor.
A carne bovina deve ser o carro-chefe do desempenho do setor neste trimestre. Em relação à queda de 3,5% do PIB da agropecuária no acumulado deste ano até o terceiro trimestre na comparação com igual período do ano anterior, o resultado negativo era esperado, mas as revisões para cima feitas pelo IBGE quanto a 2023 surpreenderam as expectativas. Isso aumentou o carregamento estatístico e fez com que o acumulado do ano caísse mais de 3,5%, superando a queda esperada. O desempenho do setor neste ano foi afetado pela quebra da safra de grãos, puxada por soja e milho, de cacau, laranja e uva com impactos regionais e nacional. Os grãos representam a maior fatia do desempenho da agropecuária e, portanto, variações na produção afetam o resultado geral do setor.
Em contrapartida, as maiores produções de algodão, trigo e aveia contribuíram para limitar as perdas no desempenho acumulado do setor. Entretanto, são culturas com maior impacto regional do que nacional e, por isso, não conseguem puxar o PIB do agro para cima. Para o PIB nacional, a CNA projeta, em estimativa preliminar, crescimento de 3,4% neste ano ante 3,28% previstos anteriormente. Essa projeção ainda tende a ser revisada. Houve surpresa positiva porque os resultados vieram acima do esperado. Dentro do desempenho da economia nacional, o consumo das famílias continua bem com benefícios, geração de emprego e renda firmes, mas, por outro lado, a redução nos investimentos gera alerta. A redução do volume de poupança do Brasil gera preocupação no setor pelo impacto direto nos volumes de recursos direcionados ao crédito rural.
Entre 2023 e 2024, a taxa da poupança caiu 0,5% do PIB. Esse consumo da poupança gera alerta porque ela serve para financiar parte do crédito rural e pode pressionar o Plano Safra do próximo ano. O crescimento do PIB precisa ser sustentado e, para além, de políticas de curto prazo. Neste ano, apesar da previsão de queda do PIB agro, o setor deve aumentar levemente sua participação no PIB do País. A estimativa preliminar da confederação é de que a participação do setor fique em torno de 7% ante 6,02% de 2023. A participação do setor no PIB do País terminou em 6,3% no terceiro trimestre. Como se espera um quarto trimestre pouco melhor de desempenho, a participação pode ficar acima do registrado atualmente. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.