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04/Dec/2024

PIB da Agropecuária registra recuo no 3º trimestre

Segundo a Hedgepoint, a queda de 0,9% no PIB da agropecuária no terceiro trimestre de 2024 em relação ao trimestre anterior reflete os desafios enfrentados pelo setor ao longo do ano, marcado por condições climáticas adversas e um cenário internacional menos favorável para algumas das principais commodities agropecuárias brasileiras. Os baixos preços da soja e a redução nas exportações de milho foram os principais fatores que contribuíram para o resultado negativo. Apesar de o volume de exportação de soja ter se mantido próximo ao registrado em 2023, os preços no mercado internacional em 2024 foram significativamente menores, prejudicando o valor agregado obtido nas exportações. Teve uma oferta robusta nos Estados Unidos e um aumento das exportações argentinas após a quebra de safra de 2023, o que explica o desempenho inferior da soja este ano.

A soja é uma das principais culturas do Brasil, responsável por uma parcela significativa das exportações agropecuárias, e a queda no valor das exportações impacta diretamente o PIB do setor. No caso do milho, as exportações brasileiras em 2024 estão cerca de 30% abaixo do registrado no ano anterior, o que contribuiu negativamente para o desempenho do PIB agropecuário. Com um volume menor de exportação, a contribuição do milho para a expansão do PIB da agropecuária também foi reduzida. Esses fatores justificam a queda de 0,8% na comparação anual do terceiro trimestre. O milho, assim como a soja, tem grande importância para o agronegócio brasileiro, tanto no mercado interno quanto externo, e a queda nas exportações reflete o impacto de uma menor demanda internacional e de uma concorrência acirrada.

Para o quarto trimestre de 2024, o cenário ainda é desafiador para o setor. Não há sinais de que haverá uma quebra de safra significativa nos principais produtores globais, como Estados Unidos e Argentina, o que deve manter um ambiente de alta oferta e preços pressionados para soja e milho. O desempenho das commodities agrícolas deve afetar negativamente o saldo da balança comercial e contribuir para um quarto trimestre desafiador para a expansão do PIB. O cenário internacional, com preços baixos e alta oferta, coloca pressão adicional sobre o agronegócio brasileiro, que já enfrenta desafios como a volatilidade cambial e custos de produção elevados.

Para a MacroSector, os efeitos de condições climáticas adversas ao longo de 2024 devem ser fator decisivo para uma queda estimada de até 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio. O recuo é de 3,5% nos três primeiros trimestres do ano, com uma contribuição negativa para o PIB nacional, um fato atípico, impulsionado pelo cenário adverso. A contribuição da agropecuária para o PIB em 2024 será negativa por causa de anomalias climáticas e temperaturas altas que prejudicaram tanto lavouras de grãos como outras culturas, casos da laranja e da cana-de-açúcar. Eventos como estiagem, excesso de calor e enchentes acabaram prejudicando severamente o setor.

Destaque para o impacto severo da estiagem na Região Centro-Oeste, que comprometeu a 2ª safra de milho de 2025, além das altas temperaturas em São Paulo, que prejudicaram o desenvolvimento da laranja, uma das lavouras mais importantes do Estado no terceiro trimestre de 2024. O PIB Agro teve queda de 0,8% de julho a setembro, na comparação anual, com recuos de 11,9% no milho e 14,9% na laranja. São Paulo é a principal área de produção de laranja, e foi bastante prejudicada pelas temperaturas altas. O terceiro trimestre ainda também refletiu os efeitos de enchentes ocorridas no Rio Grande do Sul em abril e maio.

As enchentes desarticularam a estrutura produtiva e de circulação de mercadorias no Estado, prejudicando severamente a base agrícola do Rio Grande do Sul, especialmente em culturas como grãos e carnes. No quarto trimestre, a expectativa é de uma leve melhora no desempenho do PIB agro, impulsionada, principalmente, pelas exportações de carnes. O câmbio favorável estimula as exportações de carne bovina e de frango, enquanto o mercado doméstico, relativamente aquecido, também pode contribuir.

Segundo a Tendências Consultoria, o desempenho da pecuária no quarto trimestre de 2024 deverá ser fator determinante para a confirmação da perspectiva de alta do Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária no período. O ritmo de crescimento da atividade é menor do que o do primeiro semestre, mas, ainda assim, deve permitir a expansão do PIB do Agro. O quarto trimestre é bem influenciado pela pecuária, já que as principais safras terminam antes. A pecuária bovina deve crescer em relação ao ano passado, mas em um ritmo mais lento do que no início de 2024. O resultado também deve ser influenciado pelos impactos das queimadas na cana-de-açúcar.

A queda do PIB Agro no terceiro trimestre foi influenciada pelo desempenho do milho e da cana-de-açúcar. A cana-de-açúcar foi bastante afetada pelas queimadas, enquanto o milho também pressionou o setor para baixo. Em compensação, o algodão teve um desempenho positivo, puxando o resultado para cima no trimestre. No caso da pecuária, apesar de números positivos em comparação com o ano anterior, houve desaceleração no ritmo de crescimento em relação ao primeiro semestre. A pesquisa trimestral de abates do IBGE mostrou crescimentos nos abates de bovinos, suínos e frangos, mas o ritmo foi mais lento do que o observado no início de 2024.

A MBAgro avaliou que a queda de 1,2% da cana-de-açúcar foi a principal surpresa no resultado do Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária no terceiro trimestre de 2024. A previsão é de que esse recuo será ainda maior nos últimos três meses do ano. A antecipação da colheita nos canaviais é citada como principal razão para a queda, em uma temporada já de safra menor. A produção do quarto trimestre deve ser menor do que a do ano passado. Quebra de safras, problemas climáticos e doenças agrícolas prejudicaram culturas importantes, como milho e laranja. Isso resulta em uma retração acumulada de 3,5% nos três primeiros trimestres do ano. No terceiro trimestre, o recuo do PIB Agro foi de 0,9%.

Houve alguns problemas por causa do clima. A 2ª safra de milho de 2024 está menor este ano. Tudo isso leva a uma tendência de PIB menor. Mas, o resultado “não está fora do normal”. Setores como o de carnes e trigo devem apresentar desempenho positivo no quarto trimestre, o que pode compensar parte das perdas provocadas na cana-de-açúcar. Ainda assim, o impacto no resultado anual será limitado, já que o quarto trimestre tem uma participação menor no PIB Agro do ano todo. Como é período de entressafra, o impacto não deve ser tão significativo. Dependendo do fechamento do quarto trimestre, o número final pode ficar entre 3% e 3,2% negativos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.