03/Dec/2024

As medianas do Sistema Expectativas de Mercado, que embasa o relatório Focus, indicam que a taxa Selic deve subir continuamente até maio de 2025, quando atingirá 13,25%. Ela permanecerá nesse nível até novembro do ano que vem, quando deve cair a 13,0%. Essa trajetória, com base em todas as projeções atualizadas nos últimos 30 dias, considera altas contínuas de 0,5% dos juros em dezembro, janeiro, março e maio. O mercado já espera aceleração no ritmo de aperto a 0,75% em dezembro.

A Selic subiria a 13,50% no fim do ciclo. A avaliação de que o Banco Central terá de intensificar o ritmo do aperto monetário cresceu na semana passada, após a frustração com o pacote de ajuste fiscal apresentado pelo governo. A projeção já indica um aumento de 0,75% nos juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em 11 de dezembro. Mesmo antevendo uma trajetória de juros mais alta, o mercado voltou a aumentar as suas projeções para a inflação.

A estimativa para o IPCA acumulado em quatro trimestres até o segundo trimestre de 2026, horizonte relevante da política monetária, subiu de 3,97% para 4,02%, considerando as medianas trimestrais do sistema. No último ciclo de comunicações, o Copom esperava inflação de 3,6% nesse período. O desafio de cumprir a nova meta contínua de inflação também cresceu. As medianas para o IPCA mensal sugerem que a inflação acumulada em 12 meses deve permanecer acima do teto da meta, de 4,50%, nos primeiros nove meses do ano que vem.

O mercado espera que a taxa atinja 4,73% em janeiro e caia a 4,57% em setembro. O novo alvo é apurado com base no IPCA acumulado em 12 meses. Se ele ficar acima ou abaixo do teto (4,5%) ou piso (1,5%) da meta por seis meses seguidos, considera-se que o Banco Central perdeu a meta de inflação. Se as projeções do mercado se confirmarem, o futuro presidente da autarquia, Gabriel Galípolo, terá de escrever uma carta para explicar as razões do descumprimento. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.