02/Dec/2024
De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados na sexta-feira (29/11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação no Brasil ficou em 6,2% no trimestre encerrado em outubro. Em igual período de 2023, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 7,6%. No trimestre encerrado em setembro de 2024, a taxa de desocupação estava em 6,4%. A renda média real do trabalhador foi de R$ 3.255,00 no trimestre encerrado em outubro. O resultado representa alta de 3,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 332,608 bilhões no trimestre até outubro, alta de 7,7% ante igual período do ano anterior. A taxa de desocupação de 6,2% registrada no trimestre terminado em outubro de 2024 foi o menor resultado em toda a série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012 pelo IBGE. Até então, a taxa mais baixa tinha sido vista no trimestre móvel terminado em dezembro de 2013, quando foi de 6,3%. No trimestre encerrado em setembro de 2024, a taxa foi de 6,4%.
No trimestre terminado em outubro de 2023, a taxa estava em 7,6%. O País registrou um recorde de 103,610 milhões de trabalhadores ocupados no trimestre terminado em outubro. Houve uma abertura de 1,580 milhão de vagas no mercado de trabalho em apenas um trimestre. Em um ano, o contingente de ocupados aumentou em 3,404 milhões de pessoas. A população desocupada diminuiu em 591 mil pessoas em um trimestre, recuo de 8,0%, totalizando 6,839 milhões de desempregados no trimestre até outubro. A população desocupada somou o menor contingente desde o trimestre terminado em dezembro de 2014. Em um ano, 1,420 milhão de pessoas deixaram o desemprego no País, queda de 17,2% no número de pessoas nessa situação. A população inativa somou 66,118 milhões de pessoas no trimestre encerrado em outubro, 623 mil inativos a menos que no trimestre anterior. Em um ano, houve diminuição de 523 mil pessoas na inatividade.
O nível da ocupação, percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, passou de 57,9% no trimestre encerrado em julho para 58,7% no trimestre até outubro, patamar recorde na série histórica. No trimestre terminado em outubro de 2023, o nível da ocupação era de 57,2%. O País registrou contingente recorde de trabalhadores ocupados tanto no setor privado quanto no setor público no trimestre terminado em outubro. O trimestre encerrado em outubro mostrou uma abertura de 479 mil vagas com carteira assinada no setor privado em relação ao trimestre encerrado em outubro. Na comparação com o mesmo trimestre de 2023, 1,406 milhão de vagas com carteira foram criadas no setor privado. O total de pessoas com carteira assinada no setor privado subiu a 39,021 milhões de trabalhadores no trimestre até outubro, um recorde na série histórica iniciada em 2012. Já o contingente de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado aumentou a 14,433 milhões de pessoas, também um ápice da série histórica.
O resultado significa 517 mil de vagas a mais nessa condição do que no trimestre anterior. Em relação ao trimestre até outubro de 2023, foram criadas 1,118 milhão de vagas sem carteira no setor privado. O trabalho por conta própria aumentou em 249 mil pessoas em um trimestre, para um total de 25,678 milhões de trabalhadores. O resultado representa 96 mil pessoas a mais trabalhando nesta condição na comparação com o mesmo período do ano anterior. O número de empregadores aumentou em 88 mil em um trimestre, para 4,340 milhões de pessoas. Em relação a outubro de 2023, o total de empregadores teve um aumento de 107 mil pessoas. O País teve uma alta de 134 mil pessoas no trabalho doméstico em um trimestre, para um total de 5,966 milhões de pessoas. O resultado representa aumento de 147 mil trabalhadores ante o mesmo trimestre do ano anterior. O setor público teve 146 mil pessoas a mais no trimestre terminado em outubro ante o trimestre encerrado em julho, para um recorde de 12,840 milhões de ocupados.
Na comparação com o trimestre até outubro de 2023, foram abertas 699 mil vagas no setor público. No trimestre terminado em outubro, faltou trabalho para 17,873 milhões de pessoas no País. A população subutilizada desceu assim ao menor contingente desde o trimestre encerrado em maio de 2015. A taxa composta de subutilização da força de trabalho foi a mais baixa para trimestres até outubro desde 2014, ao descer de 16,2% no trimestre até julho para 15,4% no trimestre até outubro. No trimestre até outubro de 2023, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 17,5%. O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar. A população subutilizada caiu 4,6% ante o trimestre até julho, 862 mil pessoas a menos.
Em relação ao trimestre até outubro de 2023, houve um recuo de 10,8%, menos 2,169 milhão de pessoas. A taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas ficou em 5% no trimestre até outubro, ante um patamar também de 4,9% no trimestre até julho. Em todo o Brasil, há 5,130 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas. O indicador inclui as pessoas ocupadas com uma jornada inferior a 40 horas semanais que gostariam de trabalhar por um período maior. Na passagem do trimestre até julho para o trimestre até outubro, houve um aumento de 128 mil pessoas na população nessa condição. O País tem 314 mil pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas a menos em um ano. Nove das dez atividades econômicas registraram contratações no trimestre encerrado em outubro. Na passagem do trimestre terminado em julho para o trimestre encerrado em outubro, houve redução na ocupação apenas na agricultura, menos 81 mil trabalhadores.
Houve geração de postos de trabalho em informação, comunicação e atividades financeiras, profissionais e administrativas (110 mil), transporte (137 mil), indústria (381 mil), comércio (248 mil), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (211 mil), construção (183 mil), outros serviços (187 mil), alojamento e alimentação (79 mil) e serviços domésticos (121 mil). Em relação ao patamar de um ano antes, houve contratações no comércio (623 mil), indústria (629 mil), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (802 mil trabalhadores a mais), construção (373 mil pessoas), outros serviços (382 mil), informação, comunicação e atividades financeiras (563 mil), transporte (316 mil), alojamento e alimentação (38 mil) e serviços domésticos (138 mil). Agricultura dispensou 446 mil pessoas.
A massa de salários em circulação na economia aumentou em R$ 23,648 bilhões no período de um ano, para um recorde de R$ 332,608 bilhões, uma alta de 7,7% no trimestre encerrado em outubro de 2024 ante o trimestre terminado em outubro de 2023. Na comparação com o trimestre terminado em julho de 2024, a massa de renda real subiu 2,4% no trimestre terminado em outubro, R$ 7,713 bilhões a mais. O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma alta real de 0,8% na comparação com o trimestre até julho, R$ 25,00 a mais, para R$ 3.255,00. Em relação ao trimestre encerrado em outubro de 2023, a renda média real de todos os trabalhadores ocupados subiu 3,9%, R$ 122,00 a mais. Com a alta, o rendimento médio se aproxima dos patamares mais elevados da série, registrados em meio ao choque provocado pela pandemia de Covid-19 no mercado de trabalho. A renda média dos ocupados só é menor do que no período de pandemia.
A renda média subiu na pandemia, porque se baseava num conjunto muito menor de trabalhadores, especialmente daqueles com carteira de trabalho assinada e servidores públicos, que tradicionalmente têm salários maiores e ficaram mais protegidos dos impactos da crise. Aquela conjuntura fez com que houvesse uma média de rendimento maior, mas associada a um conjunto muito menor de trabalhadores. Havia um efeito de composição da população ocupada. Agora, o rendimento está maior novamente, mas há um contingente muito maior de ocupados aferindo esse valor, inclusive com maior participação de trabalhadores informais. Esse rendimento agora, que já se aproxima do valor mais alto da série, é um valor muito mais inclusivo. Existe uma população ocupada associada a ele muito maior e uma população ocupada bem mais diversificada em termos de vínculo de ocupação. A renda nominal, ou seja, antes que seja descontada a inflação no período, cresceu 1,5% no trimestre terminado em outubro ante o trimestre encerrado em julho.
Na comparação com o trimestre terminado em outubro de 2023, houve elevação de 8,5% na renda média nominal. O Brasil alcançou um recorde de 67,284 milhões de trabalhadores ocupados contribuindo para instituto de previdência no trimestre encerrado em outubro. Porém, a proporção de contribuintes entre os ocupados recuou de 65,2% no trimestre até julho para 64,9% no trimestre até outubro. Os dados mostram que aumentou mais o número de pessoas trabalhando do que o de contribuintes para previdência. Cerca de metade das vagas geradas no último trimestre ocorreram via informalidade, e grande parte dos trabalhadores informais não são contribuintes para institutos de previdência. A taxa de desemprego atual no País desceu em outubro ao menor patamar da série histórica, iniciada em 2012, graças a um processo cumulativo de melhora, com aumentos sucessivos da população ocupada nas diferentes atividades econômicas.
Já se observava esta tendência de queda no indicador de desemprego ao longo de 2024, e agora alcança o menor patamar. Esse resultado não é só um resultado desse trimestre, caracteriza um processo cumulativo deste ano. A taxa de desocupação desceu a 6,2% no trimestre terminado em outubro de 2024, o menor resultado em toda a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo IBGE. Houve um montante recorde de pessoas trabalhando tanto no setor privado quanto no setor público, seja na formalidade seja na informalidade. Os diferentes indicadores do mercado de trabalho mostram resultados satisfatórios e bastante consistentes. O resultado foi bastante significativo, porque além de remontar a 2013 e 2014, ele é um mercado de trabalho que passou por uma pandemia e seus respectivos impactos. Mais do que o recorde positivo em si, chama atenção a pujança do mercado de trabalho.
O movimento de declínio na taxa de desemprego é uma resposta do mercado de trabalho ao atual cenário de conjuntura econômica. Nesse trimestre, a alta na ocupação se dá pela melhora da indústria, construção e outros serviços. A geração de vagas na indústria pode ter relação com o aumento na demanda por bens que costuma ocorrer no fim do ano, mas ressalta que houve altas de ocupação também consideráveis na construção, que seriam mais ligadas a edificações, e nos outros serviços, naqueles ligados a serviços prestados às famílias, como serviços pessoais, associativos e recreativos. Literalmente todo o espaço amostral teve aumento de ocupação, só ficou de fora a agricultura. De fato, é uma resposta bastante distribuída em diversas atividades econômicas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.