29/Nov/2024
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Produtor (IPP), que inclui preços da indústria extrativa e de transformação, registrou alta de 0,94% em outubro. A taxa de setembro foi revista de uma elevação de 0,66% para alta de 0,62%. O IPP mede a evolução dos preços de produtos na "porta da fábrica", sem impostos e fretes, da indústria extrativa e de 23 setores da indústria de transformação. Com o resultado, o IPP de indústrias de transformação e extrativa acumulou aumento de 6,46% no ano. A taxa acumulada em 12 meses foi positiva em 5,89%. Considerando apenas a indústria extrativa, houve alta de 7,84% em outubro, após a redução de 5,85% em setembro. A indústria de transformação registrou alta de 0,63% em outubro, ante um aumento de 0,93% em setembro. A alta de 0,94% no IPP de outubro foi o nono avanço seguido no indicador. O IPP vem de uma sequência de aumentos desde fevereiro deste ano, quando subiu 0,14%.
Depois, vieram altas em março (0,35%), abril (0,67%), maio (0,36%), junho (1,26%), julho (1,53%), agosto (0,66%), setembro (0,62%) e outubro (0,94%). A alta nos preços dos produtos industriais na porta de fábrica em outubro foi decorrente de elevações em 15 das 24 atividades pesquisadas. A alta do dólar teve importante papel no IPP em outubro, ajudando a explicar o comportamento de vários setores. O aumento de preço da moeda norte-americana, que em outubro foi de 1,5% e no ano já chega a 14,8%, impacta direta e indiretamente os preços na indústria. O aumento de 1,81% nos preços dos alimentos exerceu a principal pressão sobre a inflação da indústria no mês, uma contribuição de 0,46%. Foi o sétimo mês seguido de altas nos alimentos, acumulando um avanço de 9,39% no ano. Essa dinâmica da indústria de alimentos pode ser explicada pelo maior preço das carnes, em especial as bovinas. Há uma menor oferta de bois para abate, devido ao clima seco em algumas regiões com criação de gado, e ao aumento das exportações, que reduzem a oferta no mercado interno.
Com o aumento do valor das carnes bovinas, o consumidor busca outras carnes, fazendo com que os preços das outras carnes também subam. Além disso, os derivados da soja, especificamente o óleo bruto e o refinado, que estão com uma oferta retraída internamente no país e uma demanda aquecida no mercado externo, contribuíram para a elevação dos preços. Houve pressão sobre o IPP de outubro também das indústrias extrativas, com alta de preços de 7,84% e impacto de 0,34%, metalurgia (2,24% e 0,14%) e veículos automotores (0,80% e 0,06%). O desempenho das indústrias extrativas reflete as intensas altas nos dois produtos com maior peso na atividade, óleo bruto de petróleo e minério de ferro. A alta acompanhou a cotação dessas commodities no mercado internacional. Cabe ressaltar que apesar do forte resultado positivo em outubro, o setor extrativo está no caminho oposto ao do IPP nos indicadores de longo prazo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.