28/Nov/2024
De acordo com pesquisa encomendada ao Datafolha pela Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), mais da metade dos brasileiros quer se aposentar antes dos 60 anos, mas poucos acreditam que conseguirão. Além disso, boa parte das pessoas espera contar com o INSS como fonte de renda após parar de trabalhar, embora a busca por outras fontes tenha crescido. Ao todo, 54,4% dos brasileiros esperam deixar de trabalhar até os 60 anos. Em edição realizada em 2021, esse grupo totalizava 53,2% das pessoas. Por outro lado, a quantidade de pessoas que acredita que conseguirá se aposentar até os 60 anos é menor: 29%, contra 27,8% há três anos.
Maior é a parcela da população que espera contar com os benefícios do INSS como fonte de renda ao se aposentar, e que soma 36,6%. No entanto, desde 2021, aumentou de 22% para 27,7% a quantidade de pessoas que pretende formar uma reserva financeira própria, e saiu de 7,2% para 12,9% o grupo que confiará em planos de previdência privada. Ao todo, 85% da população desconhece o teto dos benefícios do INSS, de R$ 7.786,00 mensais. Os números mostram que a população conhece mais a previdência privada, ainda que essa parcela seja relativamente pequena. Os produtos deixaram de ser vistos como exclusivos para classes mais altas.
Hoje, a distribuição é de 50% nas classes A e B, e de 50% nas classes C, D e E, com uma concentração na classe C. Três eventos dos últimos anos ajudaram a tornar o setor e os produtos mais conhecidos: a reforma da Previdência de 2019, a pandemia de Covid-19, em 2020 e 2021, e em menor escala, as enchentes que atingiram o Estado do Rio Grande do Sul em maio deste ano. Nos oito primeiros meses deste ano, o setor de previdência privada acumulou arrecadação de R$ 130,8 bilhões, crescimento de 17,9% em relação ao mesmo período do ano passado. O aumento do emprego e da renda impulsionou os números e deve continuar sendo preponderante, mas a maior conscientização também deve ajudar a manter o crescimento do setor.
Um dos questionamentos qualitativos da pesquisa é sobre confiança dos brasileiros na situação financeira no futuro. Aqueles que têm seguro manifestam um sentimento de muito mais confiança no futuro e de mais segurança e preparação para lidar com imprevistos. A pesquisa também mostra que há uma presença maior de pessoas idosas no cotidiano dos lares, o que tem efeitos econômicos. Há idosos em 39% dos domicílios, e cerca de um terço deles demanda cuidados especiais. Neste caso, 94% são cuidados pelo entrevistado ou por familiares. Com o aumento da longevidade e o envelhecimento da população, que já está acontecendo, esse tema vai ficar cada vez mais presente.
Com o debate sobre os gastos com apostas, a pesquisa inclui uma pergunta sobre o tema, e detectou que 21% dos brasileiros participam de jogos de azar ou apostas online. Quando incluídos outros tipos de jogos, o percentual sobe para 25% da população. Estimativas de mercado apontam que o mercado de apostas online passa de R$ 200 bilhões anuais no Brasil, valor maior que a soma dos mercados de seguro de vida e de automóvel, hoje na casa dos R$ 130 bilhões. Tem um elemento de planejamento que claramente depende de um nível melhor de educação financeira das pessoas. A pesquisa do Datafolha teve uma etapa qualitativa e outra quantitativa. Ambas foram realizadas em setembro deste ano, e o total de participantes foi de 1.929. A margem de erro é de 2% para mais ou para menos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.