27/Nov/2024
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) registrou alta de 0,62% em novembro, após ter subido 0,54% em outubro. Com o resultado, o IPCA-15 acumulou um aumento de 4,35% no ano. A taxa em 12 meses ficou em 4,77%. A alta de 0,62% registrada em novembro foi a mais elevada desde fevereiro de 2024, quando o IPCA-15 aumentou 0,78%.
Considerando apenas meses de novembro, o resultado foi o mais alto desde 2021, quando houve avanço de 1,17%. O resultado fez a taxa acumulada em 12 meses acelerar pelo segundo mês consecutivo. Em novembro de 2023, o IPCA-15 tinha registrado alta de 0,33%. Como resultado, a taxa do IPCA-15 acumulada em 12 meses passou de 4,47% em outubro de 2024 para 4,77% em novembro de 2024, maior resultado desde novembro de 2023, quando estava em 4,84%.
O grupo Alimentação e bebidas saiu de uma elevação de 0,87% em outubro para uma alta de 1,34% em novembro, resultando numa contribuição de 0,29% para a taxa de 0,62% registrada pelo IPCA-15 neste mês. Os preços de Alimentação e bebidas aumentaram pelo terceiro mês seguido. A alimentação no domicílio avançou 1,65% em novembro. Houve aumentos no óleo de soja (8,38%), tomate (8,15%) e carnes (7,54%). Por outro lado, as famílias pagaram menos pela cebola (-11,86%), ovo de galinha (-1,64%) e frutas (-0,46%). A alimentação fora do domicílio aumentou 0,57%. A refeição fora de casa subiu 0,38%, e o lanche avançou 0,78%.
Os gastos das famílias brasileiras com Habitação passaram de uma elevação de 1,72% em outubro para um aumento de 0,22% em novembro, uma contribuição positiva de 0,03% para o IPCA-15 deste mês. O item energia elétrica residencial arrefeceu de 5,29% em outubro para 0,13% este mês. O movimento foi puxado pela entrada em vigor da bandeira tarifária amarela em substituição à vermelha patamar 2, a partir de 1º de novembro.
O grupo Transportes passou de uma redução de 0,33% em outubro para uma alta de 0,82% em novembro, uma contribuição de 0,17% para a taxa do IPCA-15 deste mês. Os preços das passagens aéreas aumentaram 22,56% em novembro, fazendo o subitem exercer a maior pressão individual, 0,14%, sobre a inflação apurada pelo IPCA-15. Em novembro, o subitem ônibus urbano aumentou 1,34%. Os combustíveis tiveram leve alta de 0,03%. Houve aumentos no gás veicular (1,06%) e na gasolina (0,07%), mas quedas no etanol (-0,33%) e no óleo diesel (-0,17%). Os resultados destes subitens são decorrentes da apropriação da gratuidade concedida a toda população na eleição municipal de outubro e nos dias de realização das provas do ENEM (03/11 e 10/11).
Os gastos das famílias brasileiras com Despesas pessoais passaram de uma elevação de 0,35% em outubro para uma alta de 0,83% em novembro, uma contribuição positiva de 0,08% para o IPCA-15 deste mês. O avanço de novembro foi puxado pela alta de 4,97% do cigarro. O movimento ocorreu devido ao aumento da alíquota específica do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI incidente sobre cigarros), a partir de 1º de novembro.
Oito dos nove grupos de produtos e serviços que integram o IPCA-15 registraram altas de preços em novembro. Houve deflação apenas em Educação (-0,01%), sem contribuição (0,00%) para o IPCA-15 no mês. Os grupos com aumentos foram Alimentação e bebidas (1,34%, impacto de 0,29%), Habitação (0,22%, impacto de 0,03%), Transportes (0,82%, impacto de 0,17%), Artigos de residência (0,11%, impacto de 0,00%), Saúde e cuidados pessoais (0,18%, impacto de 0,02%), Vestuário (0,36%, impacto de 0,02%), Despesas Pessoais (0,83%, impacto de 0,08%) e Comunicação (0,11%, impacto de 0,01%). O resultado geral do IPCA-15 em novembro foi decorrente de altas de preços em todas as 11 regiões pesquisadas. A taxa mais branda ocorreu em Porto Alegre - RS (0,25%), enquanto a mais acentuada foi registrada em Recife - PE (0,94%).
O aumento de 22,56% na passagem aérea exerceu a maior pressão sobre o IPCA-15 de novembro. O subitem respondeu por uma contribuição de 0,14% para a taxa de 0,62% apurada pelo IPCA-15 de novembro. Também figuraram no ranking de maiores pressões sobre o IPCA-15 de novembro os itens contrafilé (alta de 7,60% e impacto de 0,03%), costela (8,93% e 0,03%) e cigarro (4,97% e 0,03%). Na direção oposta, a cebola foi o item de maior influência negativa sobre a inflação de novembro, com queda de 11,86% e contribuição de -0,02%. O transporte por aplicativo também apareceu no ranking de maiores alívios sobre o IPCA-15 do mês, com recuo de 7,17% e contribuição de -0,02%.
Para a Tendências Consultoria, o IPCA-15 de novembro adicionou viés de alta à projeção de 4,7% para o IPCA de 2024. A surpresa para cima nesta divulgação se explica por pressões em itens voláteis, como uma alta acima da esperada em passagens aéreas e alimentação no domicílio. Destaque para a desaceleração já esperada de serviços subjacentes, que passou de 0,59% para 0,45%, na margem. Mesmo com essa desaceleração, ainda é nível incompatível com a meta na inflação de serviços, que segue elevada. Mantém o desafio para o Banco Central. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.