27/Nov/2024
Segundo o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds), mal a COP29, no Azerbaijão, terminou, e já começou a COP30, conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas no ano que vem em Belém (PA). A COP30 é apenas um evento. Antes desse evento, são preparadas e definidas iniciativas conjuntas no setor privado e com o governo. Se não se faz isso com muita antecedência, não tem o que entregar. Porque a COP não é um evento que você vai discutir do zero. A COP é um evento com uma decisão final das iniciativas que vão sendo amadurecidas no caminho. Embora envolva, essencialmente, os governos nacionais, visto que o objetivo de uma COP é criar uma política pública internacional para a crise do clima, a conferência da ONU é de grande interesse do setor privado. O setor privado tem de estar trabalhando junto e mostrando como avançar mais.
Essa conexão público-privada na agenda internacional sobre clima é ainda mais urgente nesse atual momento, que é de implementação do Acordo de Paris, a política pública assinada por mais de 190 países em 2015. Como agora é a fase da implementação e não mais de discussão do quanto o mundo tem de reduzir nas emissões, o setor privado ganha, naturalmente, protagonismo. Quem implementa, é o setor privado. As regulamentações e os incentivos adequadas, o setor privado e a sociedade civil têm mais capacidade de entregar um mundo mais limpo. Por isso, é fundamental essa orquestração no setor privado. É preciso manter viva a ambição brasileira de redução de emissão de gases de efeito estufa. O Brasil é um dos poucos países globais, se não o único, que pode estar trabalhando para cumprir a missão de limitar o aquecimento global em até 1,5°C.
E isso mesmo sendo o País responsável por apenas 5% das emissões globais. Outros países não conseguem a contribuição que deveriam para cumprir o Acordo de Paris. O Brasil precisa fazer um "advocacy" muito mais forte sobre as vantagens comparativas que dispõe, para os pleitos nacionais e por um reconhecimento do papel da bioeconomia, da biodiversidade e da dimensão social das mudanças climáticas. É necessário aliar esse grande ativo ambiental com uma maior prosperidade social. O Cebds comemorou a aprovação, na semana passada, do projeto de lei que cria o mercado regulado de carbono no Brasil. Esse é um caso difícil de acontecer, em que os entes regulados pedem para ser regulados. A discussão do projeto de lei no Congresso levou aproximadamente dez anos para ser finalizada. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.