26/Nov/2024
O secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou frustração com o acordo financeiro alcançado na COP29, realizada em Baku, Azerbaijão. Em comunicado divulgado no sábado (23/11), o dirigente criticou o valor de US$ 300 bilhões anuais estabelecido para apoiar países em desenvolvimento no combate às mudanças climáticas, montante que representa menos de 25% dos US$ 1,3 trilhão pleiteados por essas nações. "Foi uma negociação complexa em um cenário geopolítico incerto e dividido", afirmou Guterres, alertando que o acordo precisa ser implementado com urgência. "Compromissos devem rapidamente virar dinheiro", cobrou o secretário-geral, enfatizando que o financiamento climático é "prioridade número um".
Em seu pronunciamento, Guterres descreveu 2024 como "um ano brutal", marcado por temperaturas recordes e desastres climáticos. O chefe da ONU ressaltou a situação crítica dos países em desenvolvimento, que se encontram mergulhados em dívidas, atingidos por desastres e deixados para trás na revolução da energia renovável. O acordo prevê que nações desenvolvidas destinem US$ 300 bilhões anuais ao longo dos próximos 10 anos para apoiar países em desenvolvimento. Embora Guterres tenha reconhecido a importância do pacto para manter viva a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C, ele deixou clara sua insatisfação: "Esperava um resultado mais ambicioso, tanto em termos de financiamento como de mitigação".
O secretário-geral estabeleceu duas prioridades imediatas: a apresentação de novos planos nacionais de ação climática antes da COP30, que será realizada em Belém (PA), e a implementação do Pacto para o Futuro, com foco especial no alívio da dívida dos países em desenvolvimento. Os países do G20, os maiores emissores, precisam liderar. Guterres também destacou que o fim da era dos combustíveis fósseis é uma inevitabilidade econômica e defendeu que os novos planos nacionais devem acelerar essa transição energética de forma justa. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.