25/Nov/2024
O dólar fechou a sexta-feira (22/11) praticamente estável no Brasil, ainda acima dos R$ 5,80, com investidores à espera de novidades na área fiscal, enquanto no exterior a moeda norte-americana sustentou ganhos firmes ante boa parte das demais divisas, na esteira de novos dados das economias centrais. O dólar fechou com leve alta de 0,04%, cotado a R$ 5,81. Na semana passada, a divisa acumulou alta de 0,49%. A moeda norte-americana chegou a oscilar em baixa ante o Real, com parte dos investidores realizando lucros recentes. Ainda na primeira meia hora de negócios, o dólar atingiu a cotação mínima de R$ 5,78 (-0,39%). Segundo a Manchester Investimentos, o dólar ensaiou uma queda porque o mercado resolveu realizar, após a sequência de altas expressivas. Mas, também há expectativa com o fiscal.
O mercado seguia à espera da divulgação do Relatório Bimestral de Receitas e Despesas e do pacote de medidas fiscais para os próximos anos, que deve ser divulgado nesta semana. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, descartou a possibilidade de alteração da meta fiscal de 2024 e indicou que o bloqueio no Orçamento para o ano deve ficar pouco acima dos R$ 5 bilhões. A meta do governo para este ano é de resultado primário zero, sendo que a margem de tolerância é de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB). Haddad também afirmou que haverá, nesta segunda-feira (25/11), reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o pacote fiscal, que mira cortes de gastos nos próximos anos. A data de anúncio será decidida após este encontro.
Em meio à ansiedade antes da divulgação dos números, o dólar marcou a máxima de R$ 5,83 (+0,37%), quando a especulação sobre o tamanho do pacote também colocou as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) nos picos do dia. No exterior, o dólar também avançava ante as moedas fortes e em relação a boa parte das divisas de emergentes, após a divulgação de dados econômicos da zona do euro e dos Estados Unidos. O Índice de Gerentes de Compras (PMI) Composto preliminar da zona do euro da HCOB, compilado pela S&P Global, caiu para o menor nível em dez meses, de 48,1 em novembro, abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração. No caso dos Estados Unidos, a S&P Global afirmou que seu Índice de Gerentes de Compras Composto, que acompanha os setores de manufatura e serviços, aumentou para 55,3 neste mês.
Esse foi o nível mais alto desde abril de 2022 e seguiu-se a uma leitura de 54,1 em outubro, com o setor de serviços provando a maior parte do aumento. Em reação, o dólar ganhou força, enquanto o euro perdeu. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,48%, a 107,570. A expectativa antes dos anúncios fiscais no Brasil, porém, manteve a cautela no mercado de câmbio, o que conduziu as cotações para perto da estabilidade. O governo precisa que o pacote fiscal surta um efeito significativo no mercado, até para o controle da inflação. O Banco Central vendeu todos os 15.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão para rolagem do vencimento de 2 de janeiro de 2025. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.