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21/Nov/2024

G20: Brasil emplaca menções no comunicado final

O Brasil conseguiu emplacar no comunicado final da reunião de cúpula do G20 menções desejadas aos principais pontos que defendia, como a taxação dos super-ricos, a condenação enfática da guerra em Gaza e o compromisso com financiamento a serviços florestais.

- Guerras: a declaração final faz uma forte condenação a conflitos bélicos na linha do que esperava a delegação brasileira. A guerra na Faixa de Gaza tem destaque e os líderes pedem um cessar-fogo abrangente na região. Ainda, demonstra profunda preocupação com a escalada de tensão no Líbano. O documento também condena o terrorismo em “todas as suas formas e manifestações” e reafirma compromisso com o avanço de um mundo livre de armas nucleares. Há uma cobrança para resolução pacífica de conflitos e os esforços para tratar crises. “Apenas com a paz alcançaremos a sustentabilidade e a prosperidade”, diz.

- Rússia: os líderes não fazem uma condenação à Rússia e o nome do país não aparece no comunicado. Há apenas uma menção no documento à guerra da Ucrânia.

- Ucrânia: o texto não condena o conflito na Ucrânia, que está completando mil dias, com a mesma ênfase que condena a guerra no Oriente Médio. Na Ucrânia, o texto fala do sofrimento humano e do impacto negativo da guerra nas cadeias produtivas globais, nos alimentos, inflação e na segurança energética. O G20 afirma apoiar iniciativas para a paz duradoura na região.

- Super-ricos: o comunicado fala da intenção do grupo de buscar cooperação para taxar os super-ricos, que no texto são descritos como aqueles com “patrimônios ultra elevados”. Taxar os mais ricos é uma das formas de financiar o combate à fome e à pobreza e reduzir desigualdades. Mas o tema não era consenso desde reuniões anteriores. Inicialmente, a Argentina se mostrou contrária a esse tipo de ação e os Estados Unidos não queriam uma taxação global única, mas sim dentro de cada país.

- Financiamentos a serviços ambientais: a declaração final foi clara ao afirmar o compromisso do G20 em mobilizar financiamento "novo e adicional" para florestas, conforme desejado pelo governo brasileiro. O texto diz reconhecer que as florestas fornecem serviços ecossistêmicos cruciais, uma sinalização de que esse financiamento pode incluir a preservação, ou seja, o pagamento pela manutenção da floresta em pé. O documento fala, ainda, em financiamento "concessional e inovador" para países em desenvolvimento. O fundo para florestas tropicais proposto pelo governo brasileiro (TFFF) também é mencionado, embora não haja um compromisso de adesão explícito dos países do grupo.

Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.