21/Nov/2024
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) participou do painel “Transição de um sistema alimentar saudável, sustentável e justo: oportunidades econômicas”, realizado durante a COP29, em Baku, no Azerbaijão. Foi destacado o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas (PNCPD), uma iniciativa prioritária para o Brasil que busca promover o uso sustentável de cerca de 40 milhões de hectares de pastagens atualmente degradadas. Com programas inovadores como o PNCPD, o Mapa reforça o compromisso de intensificar a produção de alimentos sem ampliar o desmatamento, adotando práticas agrícolas que também contribuem para a redução da emissão de carbono. Dessa forma, o Brasil se posiciona como um modelo de produção sustentável no cenário global.
O Brasil possui todas as condições necessárias para a implementação bem-sucedida do programa, incluindo produtores empreendedores, tecnologias avançadas e taxas de juros atrativas para financiamentos. Criado dezembro de 2023, por meio do Decreto 11.815/2023, o PNCPD tem como finalidade promover e coordenar políticas públicas destinadas à conversão de pastagens degradadas em sistemas de produção agropecuários e florestais sustentáveis. Entre as atividades previstas estão: a adoção e manutenção das tecnologias sustentáveis; o mapeamento das áreas prioritárias para o desenvolvimento de cadeias produtivas condizentes com a sociobioeconomia local e regional; o financiamento a produtores rurais; o desenvolvimento de planos de negócios de acordo com os mapas de aptidão (áreas e culturas/práticas agropecuárias prioritárias); entre outros.
Paralelamente às negociações diplomáticas, o Mapa promoveu debates sobre o impacto dos bioinsumos na redução das emissões de óxido nitroso na agricultura e sobre a produção pecuária sustentável no Cone Sul no painel “Mitigação das Emissões de Óxido Nitroso na Agricultura: Sustentabilidade e Economia com Fixação Biológica de Nitrogênio”. O óxido nitroso (N₂O) é responsável por cerca de 6% das emissões de gases de efeito estufa, sendo aproximadamente 75% dessas emissões originadas de práticas agrícolas, como o uso de fertilizantes químicos. Os bioinsumos, compostos por microrganismos e extratos vegetais, contribuem para o controle de pragas e doenças, aumentam a disponibilidade de nutrientes para as plantas e melhoram a fertilidade do solo. Além disso, são biodegradáveis, promovendo uma agricultura mais sustentável.
O painel destacou a importância de mitigar as emissões de N₂O e evidenciou o potencial dos bioinsumos, especialmente os inoculantes para fixação biológica de nitrogênio (FBN), como alternativas custo-efetivas aos fertilizantes químicos em culturas não-leguminosas, como cana-de-açúcar, milho, trigo e forrageiras. Na oportunidade, o Mapa demonstrou como a agricultura tropical brasileira já possui soluções para reduzir as emissões de óxido nitroso, como os bioinsumos, que têm grande potencial de expansão, diminuindo os custos para os produtores. No evento “Produção Pecuária Sustentável no Cone Sul”, organizado pelo Mapa e pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), foram apresentadas iniciativas para promover a produção sustentável de gado na América do Sul. Representantes do Mapa e do IICA discutiram métricas e políticas para fortalecer práticas sustentáveis e analisaram suas implicações para o desenvolvimento regional.
A pecuária tem um papel crucial na segurança alimentar global e na sustentabilidade econômica, social e ambiental da América do Sul. A região do Cone Sul contribui com 25% da produção e 40% das exportações de carne bovina mundial, abrigando um terço do rebanho bovino global. A carne bovina é também uma importante fonte de nutrientes essenciais, especialmente para o crescimento infantil. O Brasil busca se destacar não apenas como um líder climático, mas como um protagonista da economia de baixo carbono, promovendo investimentos em setores sustentáveis e tecnologicamente avançados, com projetos que combinam sustentabilidade e atratividade financeira. Fonte: Ministério da Agricultura. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.