19/Nov/2024
Os agricultores franceses organizaram mobilizações nesta segunda-feira (18/11) contra o acordo comercial União Europeia-Mercosul. Apoiados pelo governo, os produtores argumentam que o acordo ameaça os seus meios de subsistência ao permitir um aumento das importações agrícolas sul-americanas produzidas sob padrões ambientais menos rigorosos. A União Europeia e o Mercosul chegaram a um acordo inicial em 2019, mas as negociações tropeçaram devido à oposição dos agricultores e de alguns governos europeus, como a França. O ministro de Relações Exteriores francês, Jean-Noël Barrot, afirmou que o acordo é inaceitável tal como está. Mas, as mãos da França podem estar atadas. Há temores de que o acordo possa ser finalizado na cúpula do G20, que está sendo realizada no Rio de Janeiro, nesta semana.
Um acordo parcial poderia ser acordado mesmo contrariando os interesses da França, que não detém poder de veto. Outras nações como a Alemanha e a Espanha gostariam de ver um acordo amplo com o bloco sul-americano. Para o ministro espanhol da Agricultura, Luis Planas Puchades, há mais em jogo do que apenas a agricultura. Ele questionou se a União Europeia está interessada, neste momento, em se fechar ou está interessada, neste contexto geopolítico particular atual, e especialmente depois das eleições norte-americanas, em expandir a rede de acordos comerciais com terceiros países para manter também a sua influência econômica e comercial. Para ele, a resposta é muito clara. Os novos protestos na França são liderados por sindicatos, que se opõem a importações isentas de tributos de carne bovina, aves e açúcar, que, segundo eles, criam uma concorrência desleal.
Os proponentes do acordo argumentam que o pacto reforçaria significativamente os laços econômicos entre a Europa e a América do Sul, eliminando as tarifas sobre as exportações europeias, sobretudo para maquinaria, produtos químicos e automóveis, melhorando assim o acesso ao mercado e criando oportunidades lucrativas para as empresas europeias. A ministra da Agricultura da França, Annie Genevard, opôs-se publicamente ao acordo comercial UE-Mercosul, citando riscos de desmatamento e preocupações de saúde associadas à carne tratada com hormônios. O presidente da França, Emmanuel Macron, também criticou o acordo, a menos que os produtores sul-americanos cumpram os padrões da União Europeia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.