18/Nov/2024
O Banco do Brasil não vê crise no segmento do agronegócio. No entanto, considera que há uma "advocacia predatória" que leva a um aumento nas recuperações judiciais de produtores. Há mecanismos nas regras do crédito rural que preveem renegociações que não levem à via judicial, mesmo nas linhas de crédito livre. O Banco do Brasil alerta sobre os riscos da recuperação judicial para os produtores. Trata-se de uma advocacia predatória. Um desses problemas é que ao entrar em recuperação judicial, o produtor rural fica "estéril" para todo o sistema financeiro, não somente para o banco com que tem dívida. O Conselho Monetário Nacional (CMN), prevê mecanismos de renegociação para produtores que tomam crédito, seja com recursos controlados, seja com recursos livres.
Sem as recuperações judiciais do agro, a inadimplência do segmento seria próxima a 1,7%, e não de 2%, como foi no terceiro trimestre. Não há crise no agro: é uma questão pontual que está sendo endereçada. 99% da carteira do Banco do Brasil para o segmento tem garantias, e se necessário, vai executá-las. O banco antevê uma redução da inadimplência do agro para patamares normalizados no ano que vem. O Banco do Brasil informou que 210 clientes do setor da agropecuária estão em recuperação judicial. Isso equivale a 0,01% dos clientes do setor. Neste momento, é essencial ajustar o fluxo de caixa de alguns produtores, adotando uma análise individualizada na concessão e na regularização do crédito. A recuperação judicial de produtores rurais é um fenômeno novo.
É um instrumento utilizado por poucos, mas que traz efeitos negativos a todos. E a sua representatividade no último trimestre. Para o Banco do Brasil, o cenário é favorável a uma "normalização" da inadimplência no segmento de agro. A carteira de soja tem enfrentado alguma dificuldade, mas a própria evolução do Plano Safra e as janelas que atrasaram, mas estão se concretizando para a próxima safra, trazem também a possibilidade da retomada. O milho também está vivendo um momento bastante favorável com a recomposição das margens no campo. A inadimplência no segmento agro está maior do que se esperava, mas isso se deve principalmente aos processos de recuperação judicial de produtores. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.