18/Nov/2024
A França não aceitará a assinatura do acordo de livre comércio que está sendo negociado entre a União Europeia (UE) e o Mercosul se o texto atual não for mudado, alertou na semana passada o primeiro-ministro francês, Michel Barnier. Nas condições atuais, o acordo não é aceitável para a França. Ele recomendou que a posição de um país como a França não seja ignorada. Responsável pela negociação do acordo em nível técnico, o embaixador Mauricio Lyrio indicou que o tratado não será fechado durante o G20, nesta semana, no Rio de Janeiro. Havia a expectativa política de ambos os lados, mas principalmente do governo brasileiro, de uma assinatura durante o evento.
O Itamaraty destacou que o objetivo continua sendo buscar concluir as negociações até o fim do ano. O premiê francês se reuniu no dia 13 de novembro com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e a questão do acordo UE-Mercosul foi tratada no encontro. Ele mencionou o impacto desastroso que este acordo teria em setores inteiros, em particular na agricultura e na pecuária da França. Esses seriam, acrescentou, os mesmos receios que existem em muitos países europeus. Quando questionado sobre possíveis ajustes que poderiam tornar o texto aceitável para a França, Barnier esquivou-se.
Dirigentes de todo o arco político francês e o setor agropecuário se mobilizam com uma excepcional coesão contra a assinatura do acordo. A Comissão Europeia, porém, parece decidida a assinar antes do fim do ano o acordo com o Mercosul, mesmo contra o parecer da França. A Federação Nacional dos Sindicatos Agrícolas (FNSEA), aliança sindical agrícola francesa, convocou uma mobilização nacional de agricultores, a partir desta segunda-feira (18/11). O objetivo é fazer ouvir a voz da França durante o G20 no Brasil. para a FNSEA, a Europa não pode importar produtos que não respeitam nenhuma norma europeia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.