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14/Nov/2024

G20: Brasil e China preparando acordos bilaterais

Os governos do Brasil e da China irão anunciar uma série de atos bilaterais e memorandos de entendimento nas áreas de agricultura, comércio, investimentos, infraestrutura, indústria, finanças e ciência e tecnologia na próxima semana. Os acordos serão divulgados durante a visita do presidente chinês, Xi Jinping, ao Brasil, no dia 20 de novembro, quando ele será recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília. Segundo o Ministério de Relações Exteriores (MRE), há sinergias entre as políticas de desenvolvimento e programas de investimentos de Brasil e China com foco em finanças, infraestrutura, desenvolvimentos de cadeias produtivas, transformação ecológica e tecnologia que poderiam beneficiar os programas Novo PAC, Nova Indústria Brasil, plano de transição ecológica e rotas de integração sul-americana.

Sobre a adesão ou não do Brasil à iniciativa chinesa conhecida como "Nova Rota da Seda", não há detalhes. Apesar de dizer que o assunto não seria um "tabu" e que a declaração conjunta entre o Brasil e a China aprovada no ano passado trata de "aprofundar sinergias", o MRE não dará "spoilers" em torno do tema. O foco é sinergia, é somar, é energizar para criar resultados que beneficiem os dois países. Para a visita de Xi Jinping, estão em negociação protocolos para a exportação de mais produtos agrícolas brasileiros à China. Outro pilar são os investimentos. O governo brasileiro tem a intenção de ver uma presença ainda mais robusta de investimentos chineses no Brasil, em particular em infraestrutura e na capacidade produtiva industrial. A visita apresentará iniciativas governamentais para incrementar os contatos nessas áreas.

Dos 93 projetos industriais chineses no Brasil, tiveram destaque sobretudo a indústria automotiva, eletroeletrônica e de máquinas e equipamentos. Na área de finanças, desde a visita de Lula à China em 2023, tem havido esforço por uma maior aproximação no segmento. Estão em desenvolvimento iniciativas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Ministério da Fazenda e da B3 com linhas de financiamento, cofinanciamento de projetos e a possibilidade de negociação de fundos brasileiros em bolsas chinesas e vice-versa. No pilar de ciência, tecnologia e inovação, a operação bilateral tem avançado para pesquisas em novas áreas como fontes de energia limpa, nanotecnologia, tecnologias da informação e comunicação. E o MCTI tem desenvolvido iniciativas com as contrapartes chinesas para estabelecimento de cooperação na indústria fotovoltaica, tecnologia nuclear, inteligência artificial e mecanização e inteligência da agricultura familiar.

A visita do líder chinês é o "ponto alto" da comemoração do meio século de relações diplomáticas. Brasil e China são atores fundamentais para o processo de reforma da governança global. Além da relação política, existe uma relação comercial de primeira ordem. A visita servirá para reiterar o esforço do Brasil em continuar e ampliar os números do comércio bilateral e diversificar a pauta comercial com produtos brasileiros com maior valor agregado. Sobre se a eleição de Donald Trump para um novo mandato a partir do próximo ano nos Estados Unidos poderia influenciar a relação entre Brasil e China, o MRE afirmou que a conexão entre os dois países já atravessou vários governos norte-americanos, em diversas situações internacionais, e nesse período só se fortaleceu. O Brasil tem excelentes relações com os Estados Unidos, e é um forte desejo do Brasil manter relações boas e densas com os Estados Unidos e com a China. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.