13/Nov/2024
Uma delegação com cerca de 30 representantes do Congresso Nacional do Povo (NPC) da China e da Embaixada no Brasil visitou a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília, DF) no dia 9 de novembro. Eles foram conhecer a estrutura e prioridades de pesquisa da unidade da Embrapa e discutiram sobre fortalecer uma relação entre os países no âmbito da ciência. As falas de todos convergiram em torno da necessidade de intensificar a colaboração bilateral, especialmente em agricultura e no desenvolvimento de soluções para desafios globais, como as mudanças climáticas. A delegação visitou o Banco Genético e o prédio de Biotecnologia da unidade. O Banco Genético da Embrapa, uma das maiores iniciativas de conservação de recursos genéticos do mundo, desempenha papel fundamental na preservação da biodiversidade para as gerações futuras. O banco conta com uma coleção de sementes, sêmen, embriões e microrganismos, todos mantidos em condições rigorosamente controladas.
Esse acervo, com 125 mil acessos de material genético, é fundamental para a criação de variedades agrícolas mais adaptadas às adversidades climáticas, um tema de particular interesse para ambos os países. Essas amostras são armazenadas em câmaras frias e, periodicamente, passam por testes de viabilidade para garantir sua qualidade ao longo do tempo. Este acervo tem o potencial de impulsionar avanços no melhoramento genético de plantas e animais, possibilitando cultivares mais produtivas, resistentes e adaptadas às mudanças climáticas. No prédio de Biotecnologia da unidade, a Embrapa realiza processos avançados de conservação in vitro e criopreservação, essenciais para espécies que não produzem sementes ou que precisam de métodos de propagação vegetativa. Esse complexo inclui laboratórios equipados para conservar partes de plantas, células somáticas, e tecidos de animais, além de uma vasta coleção de microrganismos, que auxiliam na fertilidade do solo e no controle biológico de pragas.
Essas tecnologias são vitais para a segurança alimentar e a sustentabilidade agrícola, assegurando que a diversidade genética esteja disponível tanto para a pesquisa quanto para a preservação ambiental. Foi destacada a relevância econômica e política da China para o Brasil e como potencial aliado científico. A China é o maior parceiro comercial do Brasil, e é muito importante que ter uma aproximação maior em termos de cooperação científica. O último contrato da Embrapa com a China se encerrou em 2014, e é essencial discutir não apenas o comércio, mas também a ciência. Há um enorme potencial para fortalecer esses laços, especialmente no contexto das mudanças climáticas, um desafio global que ambos os países enfrentam. A colaboração científica com a China pode abrir novas oportunidades para o Brasil, além de ajudar a impulsionar a inovação e a sustentabilidade na produção agrícola nacional. A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia destacou a dimensão técnica e científica da cooperação, ressaltando a conservação de germoplasma, um recurso vital para o desenvolvimento de novas variedades agrícolas.
O Brasil tem armazenado muito material genético chinês e existe uma grande possibilidade de intercâmbio de germoplasma. Isso seria benéfico para ambos os países, considerando que a China é o berço de várias culturas importantes, como a soja e o arroz, e possui vasta experiência em técnicas de cultivo, inclusive com cogumelos, que já trouxeram avanços significativos para o Brasil. O momento é promissor para a ampliação da colaboração científica entre Brasil e China. É importante uma relação mais próxima em termos de colaboração, independentemente de qualquer evento que possa acontecer no Brasil. Esse alinhamento estratégico é essencial para a promoção do conhecimento científico e para o fortalecimento de políticas sustentáveis no setor agropecuário. Fonte: Embrapa. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.