31/Oct/2024
Segundo o Imazon, instituto de pesquisa que monitora a destruição por satélite desde 2009, a Amazônia teve 20.238 Km² degradados no mês passado, maior área dos últimos 15 anos para setembro. A maioria dos alertas esteve ligada à alta dos incêndios florestais. Diferentemente do desmatamento, em que há remoção total da cobertura vegetal de uma área, a degradação envolve danos ambientais decorrentes da exploração madeireira e das queimadas. Neste ano, o País enfrentou a estiagem mais grave das últimas sete décadas, quando começaram as medições federais, o que facilitou o espalhamento do fogo. O acumulado de incêndios nos nove primeiros meses do ano (26.246 Km²) também foi o maior da série histórica.
A área atingida só em setembro equivale a mais de 13 vezes a cidade de São Paulo. A degradação vinha crescendo nos últimos 4 meses, mas explodiu em setembro, quando já costuma ser maior por causa da seca. O pico de degradação preocupa, especialmente quando se considera a situação crítica dos rios amazônicos e a seca generalizada da vegetação, o que pode ter aumentado a vulnerabilidade das florestas ao fogo. A maioria das queimadas decorre de ação humana. A intensificação das ações de fiscalização é urgente. Normalmente concentrada no Mato Grosso, a maior parte (57%) da área degradada no bioma em setembro deste ano está no Pará: 11.558 Km², crescimento de quase 60 vezes comparado à degradação de setembro de 2023 no Estado.
O dano também atingiu áreas protegidas, com 7 das 10 unidades de conservação mais degradadas no mês no Pará. Belém será a sede da Cúpula do Clima no ano que vem. Em seguida, Mato Grosso (25%), Rondônia (10%) e Amazonas (7%) foram os Estados que tiveram maior área degradada no mês. O Ministério do Meio Ambiente atribui o aumento aos incêndios florestais, intensificados pela mudança do clima e pela pior estiagem em 45 anos na região. A Pasta diz monitorar a cicatriz de incêndio na Amazônia, trabalhando para destinar toda área de floresta queimada, pública ou privada, para restauração e regeneração e que há hoje cerca de 1,5 mil agentes no combate ao fogo no bioma.
Segundo o Imazon, o desmate também cresceu em setembro: foram 547 Km² derrubados, o que equivale a 1.823 campos de futebol de floresta perdidos por dia. O aumento registrado nos últimos 4 meses vem após 14 consecutivos de redução da devastação na Amazônia Legal. O Ministério do Meio Ambiente diz que houve queda de 22% no desmatamento de janeiro a setembro de 2024, comparado ao mesmo período de 2023, com base no sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.