ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

25/Oct/2024

Dólar recua com exterior e defesa do ajuste fiscal

O dólar fechou esta quinta-feira (24/10) em baixa ante o Real, influenciado pelo recuo da moeda norte-americana no exterior e por declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em defesa do ajuste fiscal. O dólar fechou em baixa de 0,53%, cotado a R$ 5,66. Em outubro, porém, a divisa acumula elevação de 3,93%. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,54% em outubro, ante alta de 0,13% em setembro. Em 12 meses até outubro, o indicador, considerado uma espécie de prévia para a inflação oficial, subiu 4,47%, acima dos 4,12% do mês anterior e a projeção de 4,43%.

Segundo a Correparti Corretora, o IPCA-15 acima do esperado, somado às preocupações do mercado em relação ao equilíbrio fiscal do governo, sustentou o avanço do dólar no início da sessão. O IPCA-15 mais forte induz preocupações no mercado, ainda mais com um fiscal ruim e a inflação em alta. Isso fez o dólar no Brasil trabalhar em descompasso com o exterior, onde a moeda caía. A cotação máxima foi de R$ 5,72 (+0,49%). Porém, a divisa norte-americana perdeu força ante o Real, com o movimento se intensificando na esteira de declarações de autoridades brasileiras nos Estados Unidos. Em entrevista às margens das reuniões da trilha de finanças do G20, em Washington (EUA), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defenderam a adoção de medidas que reforcem uma trajetória sustentável das contas públicas.

Segundo Campos Neto, o anúncio de medidas fiscais a ser feito pelo governo pode minimizar reações observadas no mercado relacionadas à preocupação com as contas públicas. Haddad disse não ver necessidade de reformar o arcabouço fiscal, mas sim de mostrar que ele é crível. O diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do Banco Central, Renato Dias Brito Gomes, afirmou que o principal fator que tem impulsionado os prêmios de risco no Brasil é a percepção dos investidores sobre a questão fiscal. Ao mesmo tempo, ele reforçou o compromisso com o centro da meta de inflação, de 3%. As declarações das autoridades abriram espaço para uma forte baixa das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) e para o dólar se firmar em queda, mais em sintonia com recuo que era visto no exterior ante as demais divisas.

O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,40%, a 104,020. O dólar encerrou a sessão abaixo dos R$ 5,70 no Brasil, mas os agentes seguiam cautelosos. Além da expectativa pelo anúncio de medidas fiscais pelo governo nas próximas semanas, o mercado observa com atenção os desdobramentos da eleição presidencial norte-americana. Uma eventual vitória de Donald Trump em 5 de novembro tende a elevar ainda mais a pressão de alta para o dólar no Brasil. O Banco Central vendeu todos os 14.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão para rolagem do vencimento de 2 de dezembro de 2024. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.