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24/Oct/2024

Brasil e EUA: manutenção da relação pragmática

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva vê a adoção de postura semelhante à adotada com o presidente da Argentina, Javier Milei, caso Donald Trump vença as eleições presidenciais nos Estados Unidos, marcadas para o dia 5 de novembro. A avaliação de integrantes da gestão brasileira é de que a relação entre o Brasil e os Estados Unidos funcionará independentemente dos líderes, que não precisarão ter contato para a manutenção do vínculo. A eleição norte-americana está programada para acontecer dias antes da cúpula de líderes das 20 maiores economias do globo (G20), prevista para os dias 18 e 19 de novembro no Rio de Janeiro. Lula evita opinar sobre o pleito norte-americano e reforça que o Brasil procurará manter relações com quem for eleito para o cargo. Mesmo com esse posicionamento, o governo brasileiro avalia que uma eventual vitória de Trump deve repercutir no G20.

Em 2019, Trump era o então presidente dos Estados Unidos e foi o único dos 19 líderes do grupo a não ratificar apoio ao Acordo de Paris de enfrentamento à crise climática. O então chefe de Estado foi visto isolado no evento e, por conta disso, em caso de sua vitória, é prevista uma repercussão na cúpula. Apesar de próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro, Trump não deverá sofrer resistência em manter a relação comercial e diplomática dos Estados Unidos com o Brasil. Na avaliação do governo Lula, uma eventual vitória de Trump contra Kamala Harris não se apresenta como o melhor cenário, mas não impedirá a manutenção das instituições. Desta vez, já há um ajuste das expectativas em relação a um mandato de Trump, diferente do cenário de sua vitória em 2016. Até o momento, o governo Lula aposta que o País adotará tom e parceria similar ao feito com a Argentina.

Não é esperada uma aproximação de Trump e Lula, mas sim que a relação flua independentemente disso. O trabalho, então, seria mais concentrado na chancelaria de ambos os lados. Apesar de a cúpula do G20 ocorrer depois das eleições norte-americanas, a nação será representada pelo atual líder, Joe Biden. Para a véspera do G20, o governo brasileiro convidou Biden e o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, para visitarem a Amazônia em novembro. A possibilidade do deslocamento para Manaus ou Belém, que será a sede da COP30, no ano que vem, tem sido analisada pela diplomacia dos países no Brasil e em suas sedes. O governo brasileiro está otimista com o aceite dos líderes políticos. Com o fim de seu mandato, a vinda de Biden à Amazônia será, portanto, um evento simbolicamente importante do compromisso dos Estados Unidos com a questão ambiental. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.