14/Oct/2024
O dólar fechou a sexta-feira (11/10) novamente acima de R$ 5,60, impulsionado pelas preocupações dos investidores com o equilíbrio fiscal no Brasil, ainda que no exterior a moeda norte-americana cedesse ante a maior parte das demais divisas de emergentes. O dólar fechou em alta de 0,55%, cotado a R4 5,61. Na semana passada, a divisa acumulou ganhos de 2,92%. A moeda norte-americana chegou a oscilar em baixa ante o Real no início da sessão, em sintonia com a maior acomodação da divisa dos Estados Unidos no exterior após a divulgação de dados considerados neutros da inflação ao produtor. O índice de preços ao produtor (PPI) dos Estados Unidos em setembro ficou estável.
Pouco depois do PPI, o dólar marcou a cotação mínima de R$ 5,55 (-0,46%) no Brasil. Mas, depois, escalou patamares bem mais altos ante o Real, atingindo a máxima de R$ 5,65 (+1,24%). Por trás do movimento estavam novamente preocupações em torno do equilíbrio fiscal brasileiro, fator que também sustentou o forte avanço das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) na sexta-feira (11/10). Segundo a One Investimentos, a trajetória é de alta de juros no Brasil e de queda nos Estados Unidos. Então, o carry trade para o Brasil está muito atrativo e ainda há os estímulos à economia da China, o que coloca tudo a favor do Real.
No carry trade, investidores tomam recursos em países com taxas de juros baixas e reinvestem em países como o Brasil, onde a taxa de juros é maior. O fluxo de entrada de recursos no País tende a jogar as cotações do dólar para baixo. Apesar dos fatores macro para um Real mais forte, há preocupação fiscal. As preocupações com o equilíbrio fiscal permearam os negócios apesar de não terem surgido novidades de impacto nesta área nos últimos dias. Na sexta-feira (11/10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu entrevista a uma rádio. O presidente defendeu que a ampliação da faixa de isenção de imposto de renda, para até R$ 5 mil, seja compensada pela taxação dos mais ricos, repetindo declarações recentes do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Os receios com o equilíbrio fiscal brasileiro sustentaram o dólar no Brasil na sexta-feira (11/10) a despeito de, no exterior, a moeda norte-americana estar em baixa ante divisas pares do real, como o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno. Em relação às divisas fortes, o dólar sustentava leves ganhos. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,04%, a 102,930. O Banco Central vendeu todos os 14.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão para rolagem do vencimento de 2 de dezembro de 2024. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.