09/Oct/2024
O dólar fechou esta terça-feira (08/10) em alta no Brasil, novamente acima dos R$ 5,50, acompanhando o avanço da moeda norte-americana também no exterior em meio às dúvidas sobre os estímulos econômicos na China, ao acirramento do conflito no Oriente Médio e à perspectiva de cortes menores de juros nos Estados Unidos. O dólar fechou em alta de 0,85%, cotado a R$ 5,53. Em outubro, a divisa acumula elevação de 1,55%. Os principais fatores de influência sobre as cotações nesta terça-feira (08/10) vieram do exterior. Em primeiro lugar, houve certa decepção no mercado com medidas anunciadas pela China para estimular sua economia, consideradas insuficientes. Isso impactou negativamente divisas de países exportadores de commodities, como o Real. Segundo a B&T Câmbio, os investidores esperavam novos estímulos do governo chinês, que não se concretizaram, levando à queda das ações ligadas ao minério de ferro.
Esse cenário afeta diretamente mercados emergentes, como o Brasil, que tem forte dependência das commodities. Além disso, continuava a permear o mercado a cautela em torno do conflito envolvendo Israel, Hamas, Irã e Hezbollah no Oriente Médio. A perspectiva de um acordo de cessar fogo entre Israel e Hezbollah abriu espaço para uma queda firme do petróleo, superior a 4%, o que também era um fator negativo para o Real, já que o Brasil é exportador da commodity. Em terceiro lugar, investidores seguiram elevando as apostas no mercado norte-americano de títulos de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) cortará os juros em 25 pontos-base em novembro, e não em 50 pontos-base, como visto em setembro. Como em sessões anteriores, a perspectiva de juros não tão baixos nos Estados Unidos deu suporte ao dólar ante outras divisas de países emergentes. Assim, o dólar permaneceu no território positivo durante toda a sessão, variando entre a mínima de R$ 5,49 (+0,20%) e a máxima de R$ 5,53 (+0,94%).
Os fatores externos influenciaram mais diretamente as cotações, embora os investidores também tenham acompanhado a sabatina no Senado do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, indicado pelo governo para a presidência da autarquia. Galípolo repetiu uma série de mensagens a respeito do compromisso do Banco Central com o controle da inflação. Além disso, pontuou que o atual cenário com surpresas positivas na atividade, desancoragem das expectativas de inflação e câmbio mais desvalorizado demandam prudência do ponto de vista da política monetária. Bem recebidos pelo mercado, os comentários de Galípolo contribuíram para a redução dos prêmios na curva a termo. No exterior, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, tinha estabilidade, a 102,480. O Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão para rolagem do vencimento de 1º de novembro de 2024. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.