03/Oct/2024
O dólar fechou esta quarta-feira (02/10) em baixa ante o Real, com o mercado reagindo positivamente à elevação da nota de crédito do Brasil pela agência Moody’s, na véspera, enquanto no exterior o dia foi de alta para a moeda norte-americana ante as demais divisas. O dólar fechou em baixa de 0,34%, cotado a R$ 5,44. No ano, porém, a divisa norte-americana acumula elevação de 12,24% ante o Real. Na terça-feira (1º/10) a Moody's elevou a nota do Brasil de Ba2 para Ba1 e manteve a perspectiva positiva. A mudança da nota deixou o Brasil a um degrau do chamado "grau de investimento", classificação dada a países com baixo risco de calote. A Moody´s destacou que o País tem tido um crescimento mais robusto do que o previsto anteriormente e um histórico crescente de reformas que têm dado resiliência ao seu perfil de crédito, ainda que a credibilidade do arcabouço fiscal seja "moderada". O dólar atingiu a cotação mínima de R$ 5,40 (-1,07%) no início da sessão.
Como vem ocorrendo em sessões recentes, o nível de R$ 5,40 atuou como resistência técnica e as cotações passaram a se recuperar. O avanço do dólar ante boa parte das demais divisas no exterior favorecia essa recuperação no Brasil. No exterior, parte do suporte ao dólar foi dado pelos números de emprego da ADP, mostrando que a criação de vagas de trabalho no setor privado dos Estados Unidos chegou a 143.000 em setembro. Além disso, a cautela em torno do acirramento do conflito no Oriente Médio seguiu permeando os mercados. Enquanto o Irã afirmou que já havia encerrado a ofensiva da véspera contra o território israelense, Estados Unidos e Israel prometeram retaliar o ataque. Neste cenário, o dólar marcou a máxima de R$ 5,45 (+0,34%), antes de retornar ao território negativo. De modo geral, profissionais do mercado afirmaram que a elevação da nota de crédito do Brasil era uma boa notícia, inclusive para o câmbio, em meio à expectativa de que o País possa se tornar mais atrativo ao fluxo de investimentos internacionais.
A Nomos destacou que a ação da Moody’s coloca o Brasil a um passo de recuperar o grau de investimento, mas lembrou que outras duas agências, a Fitch e a S&P, ainda mantêm ratings piores para o País. Então, para ver grandes fluxos é interessante que todas essas três casas, ou pelo menos duas delas, nos coloquem no grau de investimento. O Banco Central informou que o Brasil registrou fluxo cambial total negativo de US$ 4,56 bilhões em setembro até o dia 27 de setembro, com saídas de US$ 4,034 bilhões pelo canal financeiro e retiradas de US$ 530 milhões pela via comercial. O Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão para rolagem do vencimento de 1º de novembro de 2024. No exterior, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,33%, a 101,590. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.