02/Oct/2024
Trabalhadores portuários iniciaram uma greve em dezenas de portos dos Estados Unidos, em um movimento que pode mexer com a economia norte-americana a cinco semanas da eleição presidencial. A paralisação interrompe alguns dos principais pontos de entrada do país para importações de alimentos, veículos, máquinas pesadas, materiais de construção, produtos químicos, móveis, roupas e brinquedos. A greve afeta 36 portos da Costa Leste e da Costa do Golfo, e é a primeira do sindicato desde 1977. Membros da Associação Internacional dos Estivadores (ILA), que representa 45 mil trabalhadores nos portos, começaram a protestar nesta terça-feira (1º/10) após o término do contrato com os empregadores. A ILA exige um aumento salarial de 77% ao longo de seis anos como condição para iniciar negociações. Nas 24 horas antes do prazo final da greve, os empregadores aumentaram sua oferta salarial para um acréscimo de 50% ao longo de seis anos, em comparação com o aumento anterior de 40%, além de outros benefícios.
Sem a demanda salarial atendida, o sindicato se recusou a se reunir com o grupo que representa os empregadores. O governo norte-americano tenta mediar a questão, enquanto grupos empresariais e legisladores republicanos pedem para que o governo invoque uma lei federal, a Taft-Hartley Act, para manter os portos abertos por mais 80 dias. Cerca de metade das importações para os Estados Unidos passa pelos terminais de contêineres na Costa Leste, o que significa que apenas alguns dias de greve podem ter um efeito perceptível e levaria semanas até que os terminais conseguissem resolver o acúmulo de mercadorias. Se os portos permanecerem fechados por algumas semanas, a cadeia de suprimentos não retornaria ao normal até o início de 2025, segundo o Sydbank. Analistas da Jefferies estimam que a greve pode custar à economia do país US$ 4 bilhões por dia.
No Canadá, trabalhadores de terminais de grãos na Costa Oeste começaram a retornar ao trabalho no fim de semana após um acordo provisório ter sido fechado para encerrar uma greve de quatro dias. Os termos de um acordo foram acertados na sexta-feira (27/09), após negociações terem sido retomadas sob a mediação federal. A Vancouver Terminal Elevators' Association, que representa os empregadores no porto, concordou que nenhuma ação disciplinar seria tomada contra os trabalhadores sindicalizados por quaisquer problemas que possam ter ocorrido durante a greve. A paralisação afetou seis terminais no Porto de Vancouver que são essenciais para exportações de canola, trigo, cevada e outros grãos. A Grain Growers of Canada, que representa cerca de 65 mil produtores, havia alertado que a paralisação interromperia a chegada de quase 100 mil toneladas de grãos aos terminais por dia, resultando em uma perda potencial de 35 milhões de dólares canadenses (cerca de US$ 26 milhões) em exportações diárias. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.