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02/Oct/2024

Crédito Rural: Sistema Nacional de Fomento cresce

Segundo a Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), bancos públicos, agências de fomento, instituições financeiras de desenvolvimento e cooperativas de crédito, que formam o chamado Sistema Nacional de Fomento (SNF), respondem por mais de dois terços do financiamento à agropecuária. A participação é crescente e alcançou 71% em 2023 e 76,3% ao fim do primeiro semestre deste ano ante 66% em 2015. No último ano, a carteira de crédito do SFN para o setor foi de R$ 287,1 bilhões, aumento de 3,8% em recursos disponibilizados em financiamentos rurais ante o ano anterior, o equivalente a R$ 10,4 bilhões a mais. O estudo para mensurar a participação dos agentes de fomento no crédito rural é inédito. A área financiada por meio do Sistema Nacional de Fomento somava 44,6 milhões de hectares ao fim de 2023, correspondente a 87,3% da área total financiada no País. Entre os setores, a participação dos bancos públicos e agências de fomento na concessão de crédito à pecuária supera a da agricultura.

Em recursos totais, a agricultura ainda vem em primeiro lugar. Em 2023, o sistema de fomento financiou R$ 89 bilhões à pecuária, maior valor da série histórica, e 76% do total desembolsado pelo Sistema Financeiro Nacional. Para a agricultura, os bancos públicos, cooperativas de crédito e agências de fomento liberaram R$ 198,1 bilhões em crédito, representando 69,3% do total financiado no País e 69% dos recursos liberados pelos agentes de fomento. No Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), 89% de todo o crédito disponibilizado ao setor provém das instituições financeiras de desenvolvimento, com R$ 48,8 bilhões liberados em 2023. O Sistema Nacional de Fomento, formado por 34 instituições financeiras de desenvolvimento, respondia ao fim de 2023 por 91,5% dos contratos agropecuários realizados no País, com 1,93 milhão de operações de crédito. As operações de custeio somaram R$ 174,3 bilhões em 2023, as de investimento totalizaram R$ 72,9 bilhões, as de comercialização atingiram R$ 32,3 bilhões, enquanto os contratos para industrialização alcançaram R$ 7,5 bilhões.

Neste ano, com R$ 112,4 bilhões destinados à agropecuária no primeiro semestre, em 1 milhão de operações, a oferta de crédito ao setor deve crescer acima do avanço registrado em 2023. A expectativa é de crescimento acima do ano passado, porque o sistema está muito proativo no setor e há demanda forte por crédito agrícola. O sistema nacional de fomento respondeu por 93% do total de contratos de crédito rural firmados de janeiro a junho deste ano. O agro tem um programa de Estado ativo de financiamentos, o Plano Safra, e responde por 27% do Produto Interno Bruto (PIB), sendo natural a demanda significativa por crédito. Além disso, o setor precisa se financiar e por isso tem peso relevante no sistema financeiro e de fomento, sendo um pilar de sustentação para a economia brasileira. Parte dessa perspectiva de maior oferta de crédito deve-se ao aumento de R$ 41 bilhões em recursos do Plano Safra 2024/2025, para R$ 476,59 bilhões.

Mas, também se deve ao maior direcionamento de bancos públicos, como Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ao crédito rural. O Banco do Brasil espera liberar R$ 260 bilhões em financiamento ao agro até junho de 2025. O BNDES, por sua vez, anunciou R$ 66,5 bilhões em crédito ao setor na safra 2024/2025. O BNDES voltou com a aposta de ser um grande banco de desenvolvimento conectado aos programas de País, como alavancador de desenvolvimento. Está muito claro que o BNDES vai atuar com força nessa política, repassando recursos aos demais agentes financeiros, e aumentando a presença do setor público no fomento brasileiro. Destaque também para o papel das agências estaduais de fomento e desenvolvimento no financiamento do crédito rural dada à capilaridade da atuação, sobretudo no microcrédito. Quem está na ponta, caso das agências e bancos públicos estaduais, consegue perceber e responder melhor à demanda da região. É estimulado, inclusive, a criação de novas agências para atender ao setor produtivo local e a nichos específicos.

Entre as culturas agrícolas, é destaque o financiamento público, por meio dos agentes de fomento, para o financiamento da soja, com R$ 59,4 bilhões destinados ao custeio das lavouras da oleaginosa em 2023, correspondente a todo o crédito ofertado para a soja no ano passado. Na sequência, aparece o milho, com R$ 22,2 bilhões para a cultura e participação do sistema de fomento de 88,7%. Há uma elevada participação também do sistema nacional de fomento no financiamento ao trigo, com 88,4%, e ao café, com 73,2%. Os Estados que mais receberam recursos para financiamento da agropecuária por meio do sistema nacional de fomento em 2023 foram Rio Grande do Sul, com R$ 44,7 bilhões, Paraná, com R$ 33,1 bilhões. Atrás vêm Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás. Juntas, as Regiões Sul e Centro-Oeste utilizaram 59,4% do crédito liberado pelo sistema de fomento. Em operações realizadas, a Região Nordeste respondeu por 44,9% dos contratos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.