02/Oct/2024
O economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central e sócio fundador da Gávea Investimentos, afirmou que a questão ambiental não vai ser resolvida pelo mercado, a despeito de esforços meritórios. Uma solução mais robusta tem de contar com a mão do Estado. Ele defendeu a necessidade de sistemas que onerem quem está poluindo e bonifiquem quem está conseguindo economizar, eliminar ou capturar carbono. Armínio Fraga apontou que o arcabouço que normatiza os créditos de carbono está em discussão no Congresso, onde, frisou, há muitos lobbies. E enfatizou que eventuais vetos à venda externa de créditos de carbono impediria o avanço do segmento.
Por trás das tentativas de vetar a exportação dos créditos estão setores que não querem arcar com seus custos. O avanço desse tipo de proibição seria como premiar os poluidores. O setor privado precisa de mecanismos de transferência de recursos de que polui mais para quem despolui. Proibir a venda de créditos de carbono a outras regiões, comparou, seria como impedir a Embraer, no início de suas atividades, de exportar aviões. A boa teoria econômica recomenda que a captura do carbono seja feita onde é mais eficiente. É totalmente do interesse do Brasil que exista um mercado de crédito de carbono. No País, esses ativos valem um quinto do que valem na Europa. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.