30/Sep/2024
Segundo especialistas, é preciso acelerar a redução dos níveis de emissão de poluentes, e o Brasil tem grande potencial para liderar esse movimento global, especialmente se chegar ao carbono zero até 2040, não em 2050. “É um risco total”, alertou o climatologista Carlos Nobre, uma das principais referências internacionais na área, sobre uma possível manutenção de 2050 como data-limite para se alcançar, enfim, a neutralização das emissões, o que está sendo pactuado desde o Acordo de Paris, de 2015. Espera-se que essas metas sejam revistas na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP) brasileira, enquanto a edição deste ano, em Baku, no Azerbaijão, tende a ser centrada especialmente em financiamento climático. Por outro lado, o governo brasileiro tem sinalizado que pode anunciar metas próprias mais ambiciosas ainda em 2024. A COP30 (no Brasil) será a mais importante de todas. Vai ser a mais desafiadora e importante.
O Brasil tem todas as condições de ser o primeiro país a zerar as emissões, destacou o climatologista. Se deixar para zerar as emissões líquidas em 2050, o mundo passará dos 2°C de elevação da temperatura média. A estimativa é de que essa elevação possa chegar a até 4°C se as emissões não forem suficientemente neutralizadas. Kim Campbell, ex-primeira-ministra do Canadá, reforçou o alerta. “O planeta flerta com o ponto sem volta. O corte do uso de combustíveis fósseis é urgente. Assim como as discussões sobre adaptação e sobre formas de financiar os países menos desenvolvidos a enfrentar a crise climática.” O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) afirmou que o governo federal irá defender durante as COPs a criação de um fundo mundial de florestas tropicais. O motivo é simples: se todos sofrem com a degradação, todos devem pagar também pela recuperação. É necessário que haja um instrumento global vinculante de pagamento por serviços que a floresta presta.
O Brasil precisa restaurar ao menos 12 milhões de hectares de florestas até 2030. A ONG Imaflora destacou a necessidade de que uma possível nova meta climática brasileira aponte os caminhos para que seja alcançada. O ponto para ficar de olho é sobre planos de implementação e ação. A palavra-chave é como serão implementadas essas metas. O ESG (ambiental, social e governança) pode ser visto por muitas pessoas como um conceito distante do mercado financeiro. Para a JGP Asset Management, porém, a proximidade entre eles é crescente. Em 2004, a publicação do relatório “Who Cares Wins” da ONU fez a primeira menção ao ESG foi um apelo da comunidade internacional para que o mercado financeiro começasse a considerar os fatores ambientais, sociais e de governança em suas decisões de investimento. A questão ESG não é uma novidade, não é uma moda, nem uma tendência. É uma necessidade. O grande desafio da era. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.