27/Sep/2024
O dólar fechou esta quinta-feira (26/09) em baixa no Brasil, acompanhando o recuo quase generalizado da moeda norte-americana no exterior, após o governo chinês prometer gastar ainda mais para impulsionar a economia do país, maior comprador de commodities do mundo. O dólar fechou em baixa de 0,59%, cotado a R$ 5,44. Em setembro, a divisa acumula queda de 3,39%. A moeda norte-americana despencou ante o real já no início da sessão, após líderes chineses prometerem "gastos fiscais necessários" para atingir a meta de crescimento econômico deste ano, de aproximadamente 5%. As falas, que incluíram orientações ao governo para sustentar o consumo das famílias e estabilizar o conturbado mercado imobiliário, foram feitas em uma leitura oficial da reunião mensal das principais autoridades do Partido Comunista, o Politburo. A reunião de setembro não costuma ser um fórum para discussões macroeconômicas, o que sugere uma ansiedade crescente em relação à desaceleração do ritmo de crescimento chinês.
Esta promessa somou-se à série de medidas anunciadas pela China na terça-feira (24/09) para impulsionar a economia. A movimentação na China deu força às divisas de países exportadores de commodities, como o Brasil, e as cotações do dólar despencaram. Pouco depois da abertura da sessão, o dólar marcou a mínima de R$ 5,40 (-1,32%). A B&T Câmbio explicou que a China é o maior parceiro comercial do Brasil e, com a economia chinesa em crescimento, o país tende a importar mais commodities brasileiras, injetando mais dólares no mercado local e contribuindo para a valorização do Real frente à moeda norte-americana. Além disso, esses estímulos reduzem a aversão ao risco global, o que fortalece as moedas de mercados emergentes. No restante da sessão, o dólar recuperou um pouco de fôlego, chegando a marcar a máxima de R$ 5,45 (-0,38%), mas a influência da China garantiu o fechamento no negativo.
No exterior, o dólar se mantinha em baixa ante uma cesta de moedas fortes e em relação às divisas de países emergentes. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,40%, a 100,540. Com a forte influência da China nas cotações, ficou em segundo plano a divulgação do Relatório de Inflação do Banco Central e a entrevista do presidente da autarquia, Roberto Campos Neto. No documento, o Banco Central melhorou sua projeção de crescimento econômico em 2024, de 2,3% para 3,2%. No entanto, informou que espera um menor ritmo de crescimento na segunda metade de 2024 e ao longo de 2025, ano para o qual a autarquia projeta um crescimento de 2,0%. Campos Neto afirmou que a alta recente de prêmios na curva a termo brasileira pode ser explicada pela percepção de menor transparência fiscal por parte do governo. Porém, a situação do Brasil não é tão ruim na comparação com outros países. O Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão para rolagem do vencimento de 1º de novembro de 2024. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.