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26/Sep/2024

Inflação de setembro dando sinais de arrefecimento

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) subiu 0,13% em setembro, após ter avançado 0,19% em agosto. O IPCA-15 registrou um aumento de 3,15% no acumulado do ano. Em 12 meses, a alta foi de 4,12%, ante taxa de 4,35% até agosto. A alta de 0,13% registrada em setembro pelo IPCA-15 foi a mais branda desde julho de 2023, quando recuou 0,07%. Considerando apenas meses de setembro, o resultado foi o mais baixo desde 2022, quando houve queda de 0,37%. O resultado fez a taxa acumulada em 12 meses arrefecer pelo segundo mês consecutivo. Em setembro de 2023, o IPCA-15 tinha registrado alta de 0,35%. Como resultado, a taxa do IPCA-15 acumulada em 12 meses passou de 4,35% em agosto de 2024 para 4,12% em setembro de 2024.

Os preços de Alimentação e bebidas aumentaram 0,05% em setembro, após queda de 0,80% em agosto. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,01% para o IPCA-15, que subiu 0,13% no mês. Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve queda de 0,01% em setembro, após ter recuado 1,30% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio subiu 0,22%, ante alta de 0,49% em agosto. A cebola ficou 21,88% mais barata em setembro, liderando o ranking de alívios sobre a inflação no mês. O item deu uma contribuição de -0,05% para a taxa de 0,13% registrada pelo IPCA-15. As famílias também pagaram menos em setembro pela batata-inglesa, queda de 13,45% e contribuição de -0,04% para a inflação, e tomate, recuo de 10,70% e impacto de 0,02%.

Por outro lado, houve aumentos em setembro nos preços do mamão (30,02%), banana-prata (7,29%) e café moído (3,32%). O custo da alimentação no domicílio caiu 0,01% em setembro. A alimentação fora do domicílio aumentou 0,22%. A refeição fora de casa subiu 0,22%, e o lanche avançou 0,20%. Os preços de Transportes caíram 0,08% em setembro, após alta de 0,83% em agosto. O grupo deu uma contribuição negativa de 0,02% para o IPCA-15 no mês. Os preços de combustíveis tiveram queda de 0,64% em setembro, após avanço de 3,47% no mês anterior. A gasolina caiu 0,66%, após ter registrado alta de 3,33% em agosto, enquanto o etanol recuou 1,22% nesta leitura, após alta de 5,81% na última. Os gastos das famílias brasileiras com Habitação passaram de uma elevação de 0,18% em agosto para um aumento de 0,50% em setembro, uma contribuição positiva de 0,08% para o IPCA-15 deste mês.

A energia elétrica residencial passou de um recuo de 0,42% em agosto para uma alta de 0,84% em setembro. O movimento foi impulsionado pela entrada em vigor da bandeira tarifária vermelha patamar 1, a partir de 1º de setembro. A energia elétrica liderou o ranking de pressões sobre o IPCA-15 de setembro, com uma contribuição de 0,03%. Ainda em Habitação, a taxa de água e esgoto subiu 0,38%. O gás encanado aumentou 0,19%. Os gastos das famílias brasileiras com Saúde e cuidados pessoais passaram de uma elevação de 0,27% em agosto para uma alta de 0,32% em setembro, uma contribuição positiva de 0,04% para o IPCA-15 deste mês. O avanço nos gastos com saúde foi pressionado pela alta de 0,58% nos planos de saúde. O subitem exerceu a quarta maior pressão individual sobre a inflação do mês, uma contribuição de 0,02% para o IPCA-15.

Dois dos nove grupos de produtos e serviços que integram o IPCA-15 registraram quedas de preços em setembro. Houve deflação apenas em Transportes, recuo de 0,08%, uma contribuição negativa de -0,02% e Despesas Pessoais, queda de 0,04% e impacto zero na variação do índice. Os grupos com aumentos foram Alimentação e bebidas (0,05%, impacto de 0,01%), Habitação (0,50%, impacto de 0,08%), Educação (0,05%, impacto zero), Artigos de residência (0,17%, impacto de 0,01%), Saúde e cuidados pessoais (0,32%, impacto de 0,04%), Vestuário (0,12%, impacto de 0,01%) e Comunicação (0,07%, impacto zero). O resultado geral do IPCA-15 em setembro foi decorrente de altas de preços em 7 das 11 regiões pesquisadas. A taxa mais branda ocorreu em Recife - PE (-0,37%), enquanto a mais acentuada foi registrada em Salvador - BA (0,35%).

Além da energia elétrica residencial, exerceram pressão sobre IPCA-15 de setembro os itens: mamão (alta de 30,02% e impacto de 0,03%), passagem aérea (4,51% e 0,03%), plano de saúde (0,58% e 0,02%) e hospedagem (2,61% e 0,02%). Na direção oposta, a cebola foi o item de maior influência negativa sobre a inflação de setembro, com queda de 21,88% e contribuição de -0,05%. Outros itens no ranking de maiores alívios sobre o IPCA-15 do mês foram batata-inglesa (queda de 13,45% e impacto de -0,04%), gasolina (-0,66% e -0,03%), cinema, teatro e concertos (-5,77% e -0,03%), tomate (-10,70% e -0,02%) e seguro voluntário de veículo (-2,53% e -0,02%).

Segundo a Tendências Consultoria, o IPCA-15 teve surpresas baixistas disseminadas por várias aberturas que compõem o indicador, mas a principal delas partiu do item "fumo". A expectativa era que a elevação do preço mínimo do cigarro já aparecesse nesse IPCA-15, mas não aconteceu. Também ouve variações abaixo do esperado, para gasolina, energia elétrica, passagens aéreas, cinema e seguro de automóveis, o que também ajuda a explicar a variação moderada desta leitura da inflação. Portanto, o IPCA-15 de setembro foi benigno tanto do ponto de vista quantitativo como qualitativo. Entre as boas notícias do ponto de vista qualitativo, destaque para os serviços intensivos em mão de obra, que acelerou a um nível bastante inferior ao que era observado ao longo do primeiro semestre deste ano, quando a variação média da abertura foi de 0,52%.

É uma métrica que estava bem mais pressionada e agora acomoda. Mas, é importante seguir monitorando, porque mesmo essas aberturas mais sensíveis ao ciclo econômico têm apresentado volatilidade grande. Apesar da boa leitura de agora, é preciso analisar com cautela o dado, visto o nível aquecido da atividade, que tende a gerar pressões inflacionárias. Além de uma economia que opera com pouca folga, os pontos de atenção para a inflação no ano permanecem, principalmente os ligados aos eventos climáticos e a mudança nas bandeiras tarifárias da conta de energia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.