26/Sep/2024
Na ata divulgada na terça-feira (24/09), o Banco Central explicou que todos os membros do Copom votaram para que o aumento dos juros tivesse início com uma alta de 0,25%. Por isso, a Selic subiu de 10,5% para 10,75% na reunião da semana passada. Para frente, no entanto, os membros do colegiado preferiram não dar “indicação futura”. Em virtude das incertezas envolvidas, o comitê preferiu uma comunicação que reforça a importância do acompanhamento dos cenários ao longo do tempo, sem conferir indicação futura de seus próximos passos, insistindo, entretanto, no seu firme compromisso de convergência da inflação à meta. No mercado, porém, a avaliação de que a ata manteve um tom duro reforçou as apostas de que a taxa básica de juros deverá aumentar 0,50% na próxima reunião do Copom, em novembro.
Essa leitura é compartilhada por analistas de instituições como Itaú Unibanco, XP, C6 e Goldman Sachs. Para o Goldman Sachs, o Copom está bem ciente dos crescentes desafios relacionados à inflação: projeções de inflação mais altas e um balanço de riscos agora inclinado para a alta. Então, é bastante provável um aperto ainda maior da política monetária. O C6 afirmou que, a julgar pelas projeções de inflação do Banco Central e pelo tom duro do comunicado divulgado logo depois da reunião do Copom, na semana passada e da ata, os próximos passos devem ser de uma elevação mais intensa dos juros. O Banco Central deve subir a taxa de juros em 50 pontos-base (0,50%) nas próximas duas reuniões do ano. A XP chamou a atenção para trecho da ata mostrando uma deterioração da composição da inflação corrente. Por um lado, o Copom mencionou o fim do processo desinflacionário de bens e alimentos, refletindo a depreciação do câmbio e as condições climáticas adversas.
A inflação de serviços, por outro lado, desempenha um papel importante na dinâmica desinflacionária no estágio atual, mas em um contexto de atividade econômica dinâmica, a convergência da inflação para a meta é ‘mais desafiadora’. O Copom reconheceu no texto que, embora espere uma trajetória de desinflação, as suas projeções continuam indicando que o IPCA permanecerá acima da meta, de 3%, ao longo de todo o horizonte relevante para a política monetária. O colegiado espera que o IPCA atinja 3,5% no acumulado de 12 meses até março de 2026, considerando a trajetória de juros embutida no Focus (até 13 de setembro) e uma taxa de câmbio que parte de R$ 5,60 e evolui conforme a Paridade do Poder de Compra (PPC), o chamado “cenário de referência”. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.