24/Sep/2024
A primavera chegou ao Brasil, substituindo um inverno marcado por seca severa e incêndios que devastaram áreas agrícolas e florestas nativas. Apesar de ser uma estação tradicionalmente mais colorida, o clima seco e as temperaturas elevadas continuam a preocupar os produtores rurais. De acordo com a Climatempo, é difícil prever com exatidão o comportamento climático da estação, mas há indicativos de que os dias quentes e sem chuvas podem persistir, impactando diretamente o andamento das atividades no campo. No setor agrícola, os produtores de soja foram obrigados a atrasar o plantio devido à escassez de chuvas, especialmente após o término do vazio sanitário. No Paraná, algumas cidades, como Toledo, iniciaram a semeadura mesmo diante da estiagem. A expectativa é que o Estado plante 5,8 milhões de hectares de soja, a maior área já registrada. Entretanto, a falta de chuva pode comprometer a produtividade e a qualidade da colheita.
Os cafeicultores de Minas Gerais e São Paulo também estão enfrentando dificuldades. A antecipação da primeira floração durante o inverno, impulsionada por condições climáticas atípicas, pode prejudicar o desenvolvimento dos grãos. Para a cana-de-açúcar, os incêndios recentes em São Paulo geraram prejuízos de mais de R$ 1,2 bilhão, agravando a situação do setor. A distribuição das chuvas na primavera será irregular. Na Região Norte, o “verão amazônico” mantém as temperaturas elevadas até novembro, afetando o transporte fluvial e o escoamento de produtos nos portos do Arco Norte, que sofrem com o baixo nível dos rios. Na Região Nordeste, o fenômeno “B-R-O-BRÓ” intensifica a seca e as temperaturas, trazendo desafios para os criadores de gado e produtores de frutas. Por outro lado, no Centro-Sul, as chuvas devem retornar gradualmente, ajudando a estabilizar as temperaturas, principalmente em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
No entanto, o Rio Grande do Sul segue em alerta para a seca prolongada, causada pelas condições desfavoráveis do Oceano Pacífico. Embora a primavera seja associada ao retorno das chuvas no Brasil, as previsões indicam que essa recuperação será desigual. As Regiões Norte, Nordeste e parte da Região Centro-Oeste devem continuar com precipitações abaixo da média histórica. Em contraste, as Regiões Sudeste e Centro-Oeste central poderão contar com chuvas mais frequentes a partir de outubro, o que pode aliviar a seca que afeta as plantações. A Climatempo também aponta a possível formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) em dezembro, que, se confirmada, poderá trazer chuvas intensas e persistentes, ajudando a reverter o quadro de seca em várias regiões. A primavera promete ser um período de incertezas climáticas, exigindo atenção redobrada do agronegócio brasileiro para mitigar os impactos nas lavouras e na produção agropecuária. Fonte: Canal Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.