19/Sep/2024
Conforme especialistas que participam do 'Brazil Climate Summit 2024', em Nova York (EUA), o maior evento com a temática clima do mundo, o Brasil está em uma posição única para ser um líder global em um ambiente de zero emissões de gases do efeito estufa (GEE) ao capitanear neste e no próximo ano blocos econômicos de peso como o G20, que reúne as maiores economias do mundo, dos BRICs, além de sediar a COP30. No entanto, tem uma lição de casa importante no sentido de se alinhar aos padrões globais, reduzir riscos para atrair investimentos estrangeiros e manter forte equilíbrio fiscal e esforços anticorrupção.
Estudo da consultoria norte-americana Boston Consulting Group (BCG) indica que o Brasil pode atrair entre US$ 2,6 trilhões e US$ 3 trilhões em investimentos a partir do compromisso de empresas brasileiras em zerar as emissões de gases do efeito estufa, principais causadoras das mudanças climáticas, até 2050. O Brasil está unicamente posicionado para oferecer efetivas soluções de clima em escala para o mundo. Para a plataforma de descarbonização Carbon Direct, o progresso que está sendo feito no mercado brasileiro de créditos de carbono, com uma regulamentação em andamento no Senado, será importante para atrair fluxos de investidores estrangeiros.
Mas, é preciso avançar os padrões nacionais para internacionais. É preciso olhar para uma conversa global mais ampla sobre os padrões do mercado de carbono, além da necessidade de padrões no que é considerado como commodities verdes, uma vez que as definições são diferentes em cada país. O Brasil está em uma posição única para avançar esse tipo de interoperabilidade global por causa da posição em que está neste ano e no próximo, liderando muitas reuniões e grupos internacionais importantes do G20 à COP30, do Mercosul ao Banco dos Brics. Foi destacada ainda a importância de o País reduzir riscos para atrair capital externo e às questões macroeconômicas.
Como exemplo, o programa de hedge cambial para projetos de transição ecológica que integra o Programa de Mobilização de Capital Privado Externo e Proteção Cambial, o Eco Invest Brasil, lançado neste ano, durante as reuniões do G20 Brasil. Também é importante nacionalmente continuar a pensar em gerenciar o risco-país, outros riscos macroeconômicos, continuar a olhar para manter fortes equilíbrios fiscais e prestar um alto nível de atenção aos esforços contínuos de combate à corrupção no País. O diretor Federal de Sustentabilidade do Conselho de Qualidade Ambiental da Casa Branca, Andrew Mayock, fez um reforço à liderança do Brasil, ao sediar a COP30, no Pará, em novembro de 2025, e à importância da coordenação dos papéis dos setores público e privado na agenda sustentável.
Segundo o Bradesco, há uma maior demanda por parte das empresas e dos investidores no âmbito de um compromisso de um ambiente de zero emissões. O banco estuda e mede as emissões do seu portfólio há bastante tempo. Quando consideramos a quantidade total de energia que será necessária, não apenas para a transição para uma economia de baixo carbono, mas para fornecer energia para data centers e outros tipos de necessidades, os investimentos necessários no Brasil provavelmente devem ser superiores a esses US$ 3 trilhões. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.