19/Sep/2024
O ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, frisou que a maior vantagem da reforma tributária para o País é a simplificação, que deve gerar ganho de produtividade. Um estudo do Banco Mundial, de 2016, concluiu que empresas brasileiras gastavam, em média, cerca de 1.700 horas por ano apenas para preencher burocracias. Isso é uma grande causa de ineficiência. Meirelles ponderou, porém, que o texto da reforma já tem uma série de complicações, com a criação de benefícios exclusivos para determinados setores da economia.
Mas, é algo perfeitamente legítimo, porque o setor empresarial vai buscar a vantagem competitiva. O problema é que aí caberia ao parlamento respeitar isso. Há uma incerteza de como se dará a reforma tributária ao final do processo, no sentido de qual o nível de simplificação que ela irá atingir. Esse é o ponto fundamental. Ele também questionou de quanto será a alíquota geral para todos os outros setores que não têm algum tipo de benefício. Em relação ao cenário internacional, algumas questões em aberto podem afetar o cenário econômico no Brasil, com destaque para o desfecho das eleições nos Estados Unidos.
O ex-ministro da Fazenda atentou para o potencial inflacionário de medidas como a deportação em massa de imigrantes, prometida pelo candidato republicano Donald Trump. No momento em que Trump restringe a imigração, vai muito além do problema humanitário, bate na inflação. Apesar da promessa de Trump de reduzir alguns impostos, a tendência é que a arrecadação norte-americana como um todo diminua, elevando o déficit público dos Estados Unidos. O fiscal norte-americano nunca preocupou o mundo, mas desta vez isso começa a chegar perto de um certo limite, o que tende a ter reflexo no resto do mundo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.