17/Sep/2024
De acordo com o Monitor do Fogo, do MapBiomas, que reúne ONGs, universidades e empresas de tecnologia, a área queimada no Brasil este ano mais do que dobrou em relação a 2023. Desde janeiro, foram destruídos quase 11,4 milhões de hectares (cerca de 11 milhões de campos de futebol), alta de 116% em relação a 2023. Nas últimas semanas, o Brasil tem sofrido com a pior estiagem em pelo menos sete décadas, desde o início da série histórica de medições oficiais, e com a escalada de focos de fogo. Em várias regiões do País, a fumaça de incêndios tem deixado o ar poluído e causado fenômenos como a “chuva preta”, registrada no Rio Grande do Sul. Segundo o MapBiomas, quase três em cada quatro hectares (70%) queimados foram de vegetação nativa, grande parte no Cerrado.
Praticamente a metade (49%) dos incêndios se concentrou no mês de agosto. Só no mês passado foram 5,65 milhões de hectares destruídos, área equivalente à do estado da Paraíba. Repetindo o padrão registrado ao longo do ano, quase dois terços (65%) da extensão queimada em agosto foi de vegetação nativa, boa parte (25%) nas áreas de savana. Ou seja, o Cerrado foi o bioma com a maior área destruída em agosto deste ano, com 2,4 milhões de hectares, o equivalente a 43% de todo o trecho queimado no País. Segundo o Instituto de Pesquisa da Amazônia (Ipam), agosto trouxe um cenário alarmante para o Cerrado, com aumento expressivo da área queimada, a maior dos últimos seis anos. O bioma, que é extremamente vulnerável durante a estiagem, viu a maior extensão de queimadas dos últimos anos, refletindo a baixa qualidade do ar nas cidades.
O estado de Mato Grosso concentrou 21% da área queimada no Brasil entre janeiro e agosto deste ano, um total de 2,3 milhões de hectares. Roraima teve 17% do total e o Pará, 14%. Juntos, os três Estados abrigam mais da metade (52%) da área queimada no País. Entre janeiro e agosto de 2024, a área queimada no Pantanal aumentou 249% em comparação à média dos cinco anos anteriores. O Cerrado foi o bioma com a maior área queimada em agosto de 2024, com 2,4 milhões de hectares. No período, as pastagens representaram 1 a cada 4 hectares incendiados e se destacaram como a área de uso agropecuário que mais queimou no mês passado. Além disso, quase dois terços da extensão carbonizada em agosto foi em vegetação nativa, com as formações de savana correspondendo a um quarto da área incendiada no mês. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.