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16/Sep/2024

Ministério da Fazenda: projeções do PIB e inflação

O Ministério da Fazenda aumentou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2024. De acordo com a grade de parâmetros divulgada há pouco pela Secretaria de Política Econômica (SPE), a estimativa para a expansão da atividade este ano passou de 2,5% para 3,2%. Para 2025, a projeção diminuiu marginalmente, de 2,6% para 2,5%, refletindo a perspectiva de início de novo ciclo de alta nos juros pelo Banco Central em 2024, conforme apontado pelas expectativas de mercado. A queda esperada para o PIB agropecuário em 2024 foi reduzida de 2,5% para 1,9%, refletindo revisões para cima nas expectativas para a colheita de milho, algodão e cana-de-açúcar, além dos abates no ano. Obviamente, se espera algum impacto das queimadas que ocorrem no Brasil para a produção de alimentos e, portanto, nos preços.

Porém, normalizado o regime hídrico, com chuvas a partir de outubro e novembro, a situação atual não deve gerar grandes efeitos sobre as próximas safras. Inclusive, a perspectiva para o PIB da agropecuária melhorou em relação a última projeção de julho. A projeção de crescimento do PIB industrial aumentou de 2,6% para 3,4%. O aumento na projeção reflete principalmente a maior expansão projetada para a indústria de transformação e para a construção. A projeção de crescimento do PIB de serviços passou de 2,8% para 3,3%, devido ao bom resultado do setor no segundo trimestre, que deixou carrego estatístico positivo de 3% para o restante do ano. A expectativa é que esse setor continue em expansão até o final do ano, guiado pelo mercado de trabalho aquecido e pelas melhores condições de crédito para as famílias, comparativamente ao ano anterior.

No curto prazo, o ritmo de crescimento do PIB brasileiro deve desacelerar, de 1,4% na margem no segundo trimestre para 0,6% no terceiro. Na comparação interanual, no entanto, o ritmo de alta do PIB deve se fortalecer, passando de 3,3% no segundo trimestre para 3,8% na próxima divulgação. Setorialmente, deve haver queda de 0,5% na agropecuária, alta de 1,2% na indústria e crescimento de 0,7% nos serviços. Apesar da diminuição na projeção de alta do PIB em 2025, devido à política monetária mais apertada, o crescimento inclusivo e guiado pela expansão dos investimentos e da indústria este ano devem contribuir para a economia no ano que vem. Os setores agropecuário e externo também devem contribuir positivamente, em meio a melhores condições climáticas, novo recorde para a safra de grãos e ampliação de mercados com a transformação ecológica.

Para os anos seguintes, o crescimento esperado segue próximo a 2,5%, podendo inclusive surpreender positivamente, como reflexo dos efeitos positivos derivados da reforma tributária e da maior produção e exportação de petróleo e energias renováveis. As estimativas para o crescimento de 2026, 2027 e 2028 não foram alteradas, mantendo-se em 2,6%, 2,6% e 2,5%, respectivamente. O Ministério da Fazenda revisou a projeção para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2024 e em 2025. De acordo com a nova grade de parâmetros macroeconômicos da Secretaria de Políticas Econômicos (SPE), a estimativa neste ano passou de 3,90% para 4,25%, acima da previsão anterior, mas ainda dentro do intervalo de tolerância da meta estipulada para 2024, que é de 3,00%, com variação de 1,5% para mais ou para menos. Para 2025, a projeção de IPCA passou de 3,30% para 3,40%.

Até o final do ano, deverá haver recuo na inflação de monitorados, contrabalanceado parcialmente pelo avanço na inflação de livres. A nova estimativa para o IPCA de 2024 já leva em consideração os impactos do câmbio mais depreciado nos preços; o cenário de bandeira amarela para as tarifas de energia elétrica no final do ano; e o reajuste no piso mínimo para os preços do cigarro. A expectativa é de que a inflação volte a cair no acumulado em doze meses após outubro. A desaceleração nos preços era esperada a partir de agosto, porém a mudança para bandeira vermelha 1 nas tarifas de energia em setembro, em função do alto percentual de acionamento do parque elétrico nacional, modificou a trajetória prevista para a inflação até o final do ano. O cenário para inflação contempla retorno para bandeira amarela apenas em dezembro. Também já está ajustado para os efeitos de zeragem das contas "Covid" e "escassez múltipla" em razão da antecipação dos recursos da Eletrobras para a CDE.

No caso de 2025, a previsão de inflação medida pelo IPCA foi revisada para incorporar maiores efeitos inerciais, contrabalanceados por mudanças no cenário esperado para tarifas de energia elétrica e pelo patamar mais contracionista esperado para a política monetária em 2024 e 2025. Para os anos seguintes, a expectativa é de convergência da inflação para a meta de 3,00%. A redução de incertezas relacionadas à condução da política monetária somada à melhora nas projeções de mercado para o quadro fiscal em 2024 e 2025 devem contribuir para a ancoragem das expectativas nos próximos meses, auxiliando o retorno da inflação ao centro da meta. O Ministério da Fazenda também revisou a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado para a correção do salário-mínimo. A estimativa para o indicador neste ano passou de 3,65% para 4,10%. Para 2025, a projeção passou de 3,15% para 3,20%.

A estimativa para o IGP-DI em 2024 foi revisada de 3,60% para 3,80% e ajustada de 4% para 3,80% em 2025. Para a projeção deste ano, de junho a agosto, a variação acumulada em doze meses do índice avançou de 2,88% para 4,23% repercutindo com maior intensidade a aceleração nos preços do atacado, de 2,51% para 4,11%. Essa alta está relacionada principalmente ao avanço da inflação na indústria de transformação, com destaque para derivados de petróleo e produtos químicos, além de refletir a saída de deflações observadas no ano anterior da base de cálculo. Até o final do ano, a expectativa é que a inflação medida pelo IGP-DI volte a desacelerar refletindo menores variações projetadas para os preços no atacado de setembro em diante. A recente queda na cotação do petróleo deverá auxiliar nesse sentido. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.