16/Sep/2024
Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, os países membros do G20 firmaram um compromisso com uma nova agenda de produção agropecuária. O compromisso consta em declaração conjunta dos países, no âmbito do grupo de trabalho de Agricultura do G20 Brasil. Superados os desafios de divergências e para o bem maior de uma agropecuária sustentável e inclusiva e uma pesca sustentável, foi construída uma declaração que certamente dará um novo rumo à produção agropecuária e à pesca sustentável do mundo, disse Fávaro após o encerramento das reuniões ministeriais do grupo. Essa declaração, assinada de forma unânime pelos países, será fundamental para a finalização da presidência temporária do G20 pelo Brasil em novembro pelos líderes mundiais. O ministro destacou que há cinco anos não havia declaração do GT de agricultura, apenas manifestações em cartas. A declaração, diferentemente da carta, exige unanimidade entre os países membros para ser aprovada e tem o papel de um compromisso das nações acerca do tema.
Segundo Fávaro, o compromisso inclui os quatro temas prioritários do G20 agro: sustentabilidade nos sistemas agroalimentares em seus múltiplos aspectos; a contribuição do comércio internacional para a segurança alimentar e nutricional, o reconhecimento do papel essencial da agricultura familiar, camponeses, povos indígenas e comunidades tradicionais para sistemas alimentares sustentáveis, saudáveis e inclusivos, e a promoção da integração sustentável da pesca e aquicultura nas cadeias sociais locais e globais. São quatro prioridades voltadas dentro do tema escolhido pelo Brasil, que é construir um mundo melhor, inclusivo com um planeta mais sustentável. Na agricultura, esse tema é muito latente, porque não há como construir um mundo melhor onde pessoas ainda passam fome. O compromisso firmado, segundo Fávaro, envolve a inclusão social, a extinção da fome, a inclusão de oportunidades econômicas a pequenos produtores e a comunidades quilombolas e indígenas.
Há o reconhecimento de todos de que as mudanças climáticas chegaram para ficar com muita intensidade. E que é preciso agir de forma concreta para enfrentar essas diversidades, relatou Fávaro, citando propostas de agricultura regenerativa, combate ao desmatamento, valorização de boas práticas agropecuárias, o uso de bioinsumos e a adoção de tecnologias mais modernas e eficientes. A declaração inclui ainda o tema da conversão de pastagens degradadas como um modelo de produção agropecuária sustentável. O Brasil apresentou a conversão de pastagens porque não pode criar um contrassenso. Se o combate à fome é uma prioridade, ele vem atrelado a mais alimentos sendo produzidos com preços mais competitivos. E uma das formas de intensificar essa produção de alimentos, não sendo sobre as florestas e o cerrado, é o modelo brasileiro de recuperar as áreas, explicou o ministro. É um modelo que deve ser utilizado por todo o mundo, onde há terras em estado de degradação que podem e devem ser recuperadas para passar a produzir alimentos de qualidade em maior volume e em maior escala.
Foi um exemplo virtuoso que foi aceito na declaração como um exemplo para que seja seguido por todo mundo. O compromisso multilateral dos países também prevê o aumento da produção e da produtividade pela inclusão de novas tecnologias mais eficientes. Em relação ao combate à fome, sobre o qual o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação e Agricultura (FAO), Qu Dongyu, pediu a cooperação dos países do G20 com metas de erradicação, o ministro afirmou que o enfrentamento à fome será o ponto central da proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos líderes mundiais na cúpula do G20 em novembro. Um pacto mundial contra a fome e contra a pobreza. Certamente será a prioridade total do Brasil ao fim da presidência temporária do G20 com o presidente Lula, antecipou o ministro. Além do Brasil, assinaram o compromisso da agricultura os seguintes países ou blocos: União Europeia, União Africana, África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia.
O ministro Carlos Fávaro transferiu a presidência do grupo de trabalho da Agricultura do G20 para a África do Sul, que presidirá o colegiado temporariamente em 2025. O ministro agradeceu aos demais países membros do G20 pelo consenso global em torno de um tema tão crucial, como agricultura e segurança alimentar e desejou que os países sigam unidos em seus propósitos comuns de transformar os sistemas alimentares e agricultura, garantindo um futuro próspero e segurança a todas as ações. A vice-ministra de Agricultura da África do Sul, Rosemary Nokuzola Capa, afirmou que é "simbólico" para o país assumir a presidência do grupo no ano que vem. Além do Brasil e da África do Sul, integram o G20 União Europeia, União Africana, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.