16/Sep/2024

Os representantes das principais entidades agropecuárias do Mercosul, que integram o Foro Mercosul da Carne (FMC), emitiram comunicado em que criticam as exigências ambientais e sociais da União Europeia (UE) para países exportadores. As entidades expressaram preocupação com as imposições feitas de forma unilateral e que desconsideram os sistemas produtivos da região. "Reafirmamos nosso compromisso com a produção e industrialização sustentável de carne bovina, a partir da aplicação de boas práticas agropecuárias e da tecnologia que garante a conservação dos recursos naturais, da biodiversidade e do meio ambiente", afirma o documento.

Além disso, as entidades alertam para o risco de protecionismo: "A UE deve reconhecer os marcos normativos de outros países e evitar toda medida que leve a um maior protecionismo na produção e no comércio agrícola", afirmou o documento, divulgado durante a ExpoPrado 2024, feira do setor realizada em Montevidéu, no Uruguai. O FMC também enfatizou que os critérios de sustentabilidade devem ser baseados em evidências científicas, que respeitem as particularidades e legislações locais, defendendo o princípio de responsabilidades comuns, mas diferenciadas, de acordo com o nível de desenvolvimento de cada país.

A declaração pede que os governos do Mercosul rejeitem medidas como o Regulamento UE 1.115/2023, também, uma norma da União Europeia (UE) que proíbe a entrada de produtos e derivados oriundos de áreas desmatadas no mercado comum europeu. A legislação foi imposta sem um debate multilateral adequado. Os problemas globais devem ser resolvidos em âmbitos multilaterais, completam os representantes do setor.

O documento foi assinado pelas seguintes entidades: Associação da Indústria Frigorífica do Uruguai (Adifu), Associação Rural do Paraguai (ARP), Associação Rural do Uruguai (ARU), Câmara da Indústria Frigorífica do Uruguai (CIF), Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Confederações Rurais Argentinas (CRA), Consórcio de Exportadores de Carnes Argentinas (ABC), Federação Rural do Uruguai (FR) e Sociedade Rural Argentina (SRA). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.