13/Sep/2024

A realização do grupo de trabalho da Agricultura do G20 Brasil em Mato Grosso ocorre em meio ao recorde de queimadas registradas no Estado, na pior seca da história. Os incêndios florestais registrados no Estado, inclusive na região do local dos encontros, contrastam com os discursos da sustentabilidade brasileira. E provocam reação no agronegócio local, que cobra punição severa para os atos criminosos. Maior produtor de grãos e com maior rebanho de gado bovino do País, o estado de Mato Grosso busca dissociar os incêndios da atividade agropecuária e classifica como "desastre ambiental". Segundo o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), dizer que o agronegócio faz queimada beira à burrice ou ao completo desconhecimento. Quando a palhada queima, traz um prejuízo gigantesco às propriedades.

Há recursos investidos pelo setor e pelo governo para combate de incêndios, mas diante de uma realidade tão adversa, de seca prolongada, ventos e ações criminosas, se vê esse desastre ambiental praticamente em todo o Brasil. Para Mendes, receber o G20 Brasil agro apresenta o protagonismo do Estado na segurança alimentar mundial. O Brasil tem que continuar crescendo a produção, sendo respeitado no cenário mundial e reconhecido não apenas como uma potência alimentar, mas também como uma potência ambiental, cobrou o governador de Mato Grosso. A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) refuta o uso do fogo como prática na agropecuária contemporânea. Com uso do plantio direto, o produtor precisa de matéria orgânica no solo. Os focos de incêndio trazem muitos prejuízos ao setor produtivo, com impacto de redução de 10% a 15% na produtividade. Os produtores do Estado pedem punições imediatas aos atos criminosos com maior severidade.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que Mato Grosso liderou em número de focos de incêndio acumulados de janeiro a agosto deste ano, com 24.880, dos 123 mil focos registrados em todo o País. No último mês, foram detectados 13.610 focos de incêndio em Mato Grosso, de 69 mil reportados no Brasil. No fim de agosto, o governo de Mato Grosso decretou situação de emergência em virtude da seca severa e dos incêndios florestais, sobretudo no Pantanal. Somente ontem foram reportados 48 focos de incêndio no Estado, conforme dados do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso. Além dos impactos diretos com prejuízos ao agronegócio, as queimadas afetam a imagem do País. Para o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, as queimadas mostram ao mundo a necessidade de medidas urgentes no enfrentamento das mudanças climáticas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.