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12/Sep/2024

Mercosul deveria buscar acordo comercial com China

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no relatório "Investimentos, Cadeias de Valor e Competitividade: Reflexões sobre um Eventual Acordo de Livre Comércio Mercosul-China", o Mercosul, em especial o setor manufatureiro, deveria se inspirar nos países do Sudeste Asiático e se projetar para o comércio mundial por meio de um acordo com a China. O que levou a esse exercício foi a percepção de que há um cenário internacional com mega acordos comerciais, e o Mercosul tem pouquíssimos acordos. Se esses grandes tratados facilitam o acesso ao mercado, corre o risco de os produtos do Mercosul começarem a ter problemas. Se está clara a necessidade de mais acordos, para além das negociações sem fim com a União Europeia, o bloco deveria olhar para a China, que tem um peso muito grande no comércio dos quatro países.

Se as trocas com a China são superavitárias em relação ao agronegócio, o mesmo não ocorre com a indústria e é por isso que há uma rejeição maior do setor. A experiência do Sudeste Asiático mostra que os dez países de porte menor e que têm acordo com a China registraram um aumento do déficit comercial com o país, o que era previsível. Mas, houve um ganho de competitividade muito significativo no comércio com Estados Unidos, Japão e União Europeia, de tal forma que, no total, houve um benefício nítido para esses países. Isso porque o acesso a insumos e a bens de produção mais baratos e modernos foram ampliados. São algumas etapas que o Mercosul precisa percorrer para começar um tratado.

A primeira é tomar a decisão política. Depois, ajustar o possível tratado a taxas e prazos diferentes do bloco, de acordo com as características de cada país envolvido, como também foi visto no acordo da Ásia, a chamada geometria variada. A negociação deveria, além das preferências comerciais, envolver investimentos de interesse do Mercosul para sua inserção internacional. A América Latina criou grandes expectativas após a pandemia com o nearshoring, acreditando que plantas seriam deslocadas da China para a região, mas isso não aconteceu, com exceção do México. Havia essa postura passiva, de que as empresas viriam para a região, mas não vieram. Saíram da China e foram para o Vietnã, Camboja e Ilhas Maurício. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.